25 de fevereiro de 2022

Milho crioulo, resistência camponesa e agroecologia se somam para fazer o melhor cuscuz de Sergipe

Elielma Vasconcelos
MPA Brasil | Poço Redondo (SE)

Camponeses e camponesas organizadas no Movimento dos Pequenos Agricultores no Sergipe estão comemorando mais uma leva da produção do Flocão Agroecológico da marca Velho Chico. O milho é produzido nas unidades familiares, com os camponeses e camponesas, como também produzido na Unidade de Produção Camponesa, UPC, que é uma experiência de produção coletivo, localizado em Canindé de São Francisco. Toda produção acontece a partir das sementes crioulas, com práticas agroecológicas.

A marca Velho Chico foi lançada em 2020 e recebeu este nome em homenagem ao majestoso Rio São Francisco que banha as duas regiões onde os alimentos são produzidos por famílias do MPA, o Alto Sertão e o Baixo São Francisco.

Elielma Vasconcelos, do coletivo de Soberania Alimentar no estado, conta que o surgimento da marca se deu a partir de uma experiência de transição agroecológica das famílias rizicultoras na região do Baixo São Francisco, e que estavam muito dependentes do uso de agrotóxicos e insumos químicos.

“Os produtos Velho Chico nascem a partir da procura por um alimento mais saudável que está também preservando as águas, o Velho Chico. A transição agroecológica protege a saúde e a qualidade de vida dos camponesas e isso ajuda protegendo o Velho Chico, o território de Sergipe”, explica Elielma.

Arroz branco, arroz integral, flocão de arroz, farinha de arroz, cuscuz, amendoim, gergelim branco, gergelim preto, vários tipos de feijão e muitos outros produtos in natura como a macaxeira, legumes e frutas são os alimentos produzidos e comercializados pelo campesinato em Sergipe. A comercialização é realizada em parceria com a Rede Balaio e o Raízes de Brasil a partir de cestas camponesas e uma ampla rede de abastecimento.