10 de fevereiro de 2020

Confira a íntegra do pronunciamento público emitido pelo Congresso dos Povos, frente às prisões arbitrárias executadas pela polícia Nacional da Colômbia na manhã de segunda-feira, 10/02/2020. (Texto livremente traduzido do espanhol para o português).

Manifesto do Congresso dos Povos da Colômbia.

Centro Oriente da Colômbia, 10 de Fevereiro de 2020.

Pronunciamento Público:

 

Ante as justas reclamações do povo araucano por vida digna, o Estado Colombiano continua com sua estratégia de agressão e insiste contra o movimento social.

Uma vez mais, nosso movimento tem sido objeto da criminalização e perseguição estatal, através da judicialização. Na madrugada de segunda-feira, no município de Arauquipa, foram presos os companheiros WBEIMAR ALEXANDER CETINA LOZADA, presidente da Federação de Juntas de Ação Comunal do departamento de Arauca, e HORÁCIO RAMIREZ, dirigente camponês da Associação Nacional Campesina José Antonio Galán Zorro (ASONALCA). As prisões e as incursões foram desenvolvidas em dois operativos da força pública SIJIN (departamento da Polícia Nacional da Colômbia), que também invadiram a casa de moradia da sogra do companheiro JUAN DE JESÚS GÓMES, presidente da Associação Municipal de Juntas de Ação Comunal de Arauquita, procurando por ele.

Os companheiros capturados, Wbeimar e Horácio, assim como Juan de Jesús, em cumprimento de seus trabalhos como líderes comunitários e camponeses, acompanharam a justa mobilização que trabalhadores e comunidades desenvolveram no ano passado, exigindo a ECOPETROL, CENIT e o estado colombiano, as garantias trabalhistas, investimento social e compensação ambiental. Assim mesmo, os três dirigentes tem participado dos diferentes espaços de interlocução que o movimento mantém com o estado e as empresas de petróleo, no marco do decreto 0285 de 2013.

Estas novas prisões acontecem no contexto da submissão do estado colombiano às determinações do capital nacional e transnacional, onde o estado servil a estes interesses de acumulação persegue e criminaliza a nós que levantamos nossa voz de protesto em defesa da vida, dos direitos humanos e do território. E quando não assassina, fazendo uso de suas forças legais (exército, polícia e organismos de inteligência) e ilegais (estruturas paramilitares), nos ameaça, constrange e encarcera.

Com esta perseguição sistemática o estado pretende desarticular o tecido social, calar nossas vozes, e impedir que sigamos materializando nosso PLANO DE VIDA, nós reiteramos o compromisso com o povo, com o território e com a construção permanente deste outro mundo possível.

Exigimos do Estado Colombiano respeitar e garantir nosso trabalho social e comunitário, e pôr em liberdade, de maneira imediata a nossos companheiros injustamente presos.

Ao povo araucano, o chamamos a não desistir de suas demandas por vida digna, e como resposta, o convocamos a participar de maneira ativa e protagonista nas próximas mobilizações que a nível nacional estamos coordenando como Movimento Social contra o pacotaço de Duque (presidente da Colômbia), pela garantia dos nossos direitos e pela vida e liberdade de nossos líderes, lideranças sociais e defensores dos direitos humanos.

POR UMA COLÔMBIA LIVRE E SOBERANA! …UNIDADE E LUTA
MOVIMENTO POLÍTICO DE MASSAS SOCIAL E POPULAR DO CENTRO ORIENTE DE COLOMBIA E CONGRESSO DOS POVOS
CONSTRUINDO UM PAÍS PARA UMA VIDA DIGNA.