12 de março de 2025

Evento foi realizado na Aldeia Fulkaxó, em Pacatuba-SE, no dia 26 de fevereiro de 2025.

Povos quilombolas, indígenas, camponeses e ribeirinhos estiveram juntos a organizações, movimentos sociais e pesquisadores no dia 26 de fevereiro para celebrar o lançamento do Projeto “Povos das Águas: Produzindo Vida e Preservando o Mar”, uma realização da Associação dos Pequenos Agricultores de Sergipe (APAESE) em parceria com a Petrobras através do Programa Socioambiental.

A Aldeia Indígena Fulkaxó, liderada pelo pajé Soyre, recebeu o Seminário de Lançamento com muita alegria, rituais e ensinamentos que fortaleceram o encontro de forma física e espiritual, evidenciando as riquezas culturais dos Povos e Comunidades Tradicionais e a importância da defesa de seus territórios e modos de vida para a preservação ambiental.

Nos próximos três anos o Projeto Povos das Águas atuará nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba, no estado de Sergipe, com ações de reflorestamento de manguezais, construção e ativação de cozinhas comunitárias, formações, intercâmbios, comercialização de produtos e redução de resíduos nos solos e nas águas a fim de melhorar a qualidade de vida nas comunidades tradicionais costeiras.

“O Seminário trouxe a mística do que foi a construção desse projeto, trouxe o intercâmbio dos Povos do Baixo São Francisco e o fortalecimento da relação entre campo e cidade. Agora temos um caminho para construirmos dia a dia honrando a tarefa de continuidade do trabalho dos nossos ancestrais, como nos trouxe a liderança indígena Josete da Cruz”, avaliou Elielma Vasconcelos, coordenadora pedagógica do Projeto Povos das Águas e militante do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA).

Ao todo, 14 comunidades serão beneficiadas diretamente pelo Projeto Povos das Águas e poderão acompanhar, avaliar e contribuir com o planejamento de suas ações através do Comitê Gestor, um órgão criado com dois representantes de cada comunidade, que foi formalizado durante o Seminário de Lançamento.

“ESTAMOS JUNTOS!”

Entre cantos e danças, apoiadores saudaram os povos e firmaram o compromisso com a pesquisa, a mobilização e a construção das ações do Projeto Povos das Águas, revelando a potência do elo entre diferentes agentes da Educação Ambiental, a exemplo da parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Alimentos e Territórios desde a escrita do projeto.

“A Embrapa entra com um papel fundamental no olhar para o alimento, a questão da segurança alimentar e nutricional dos povos locais; a saúde em torno das plantas medicinais – especialmente aqui no território sagrado Fulkaxó-, e das plantas arbóreas frutíferas, identificando junto /os Povos Tradicionais a importância dessas espécies e como a gente pode potencializá-las como uma oportunidade de geração de renda”, explicou Fernando Curado, pesquisador da Embrapa.

Também estiveram presentes representantes da Petrobras, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) de Sergipe e nacional, do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), da Cáritas Diocesana de Propriá, do Instituto Federal de Sergipe (IFS), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental – Idesa Brasil.

PRÓXIMOS PASSOS

Nos próximos meses serão iniciadas as ações formativas de beneficiamento do pescado e marisco; de gestão e logística; e de educação e comunicação popular para a juventude, além da construção da cozinha de beneficiamento de ervas e frutas na Aldeia Indígena Fulkaxó e a entrega dos equipamentos da cozinha de beneficiamento de mariscos no Território Quilombola Brejão dos Negros.

“Hoje eu sou muito grata por essa cozinha que será implantada, porque é um resgate de tudo, das nossas plantas medicinais, elas curam, não é comprimido que vende na farmácia. Os que vendem na farmácia, mesmo sendo da saúde, se vocês lerem a bula, mesmo assim, não tomaria, porque eles curam uma coisa e adoecem outra, mas as nossas plantas medicinais, não”, reforçou a liderança indígena Josete da Cruz.

Nos próximos passos também está a realização de cartografia social nas comunidades, com o levantamento e a caracterização de sua sociobiodiversidade.

Para ficar por dentro do Projeto Povos das Águas: Produzindo Vida e Preservando o Mar acompanhe o perfil no Instagram: @povosdas_aguas.