18 de julho de 2024

Texto e foto: MPA Sergipe

O Coletivo Estadual de Gênero do Movimento dos Pequenos Agricultores, por meio do Projeto Mulheres Liderando Comunidade e Fortalecendo Territórios, realizou uma série de atividades em Neópolis, Ilha das Flores e Pacatuba, no Baixo São Francisco, em Sergipe. Entre as ações promovidas estavam cursos, intercâmbios, oficinas, encontros, cirandas femininas e feiras camponesas culturais, todos apoiados pelo edital Mulheres Liderando Ação Climática 2023 do Fundo Casa Socioambiental.

Em parceria com a Associação de Mulheres Resgatando Sua História, as atividades foram direcionadas prioritariamente a mulheres camponesas, negras, extrativistas, mestras da cultura popular, indígenas, artesãs e jovens. A presidente da associação, Luzinete Dorea, ressaltou que o objetivo das ações foi “levar conhecimento, empoderar as mulheres, possibilitar novas fontes de renda e ajudar aquelas que ainda precisam se libertar do machismo”.

Foram oferecidas oficinas de produção de: licor, geléias, biscoitos, broas caseiras, artesanato em palha de Ouricuri, extrativismo, sabão caseiro, teatro, cultura popular, produção de bioinsumos e elaboração de projetos para acessar a Lei Paulo Gustavo. Os diversos encontros abordaram temas como: formação de lideranças, associativismo, grupos produtivos, comercialização, organização comunitária, além de promoverem feiras culturais e atividades no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

A representante do Coletivo de Gênero do Baixo São Francisco, Lenilce Santos, destacou a importância das atividades, afirmando que “além de aprender novas habilidades, os encontros proporcionaram a troca de experiências e discussões sobre resistência entre as mulheres e seu território”.

A facilitadora no processo da formação das lideranças, Rafaela Alves, frisou a importância da capacitação para o público, “a formação permite que elas atuem de forma política, ideológica e metodológica em todas as dimensões do trabalho, quanto mais preparado, maiores as possibilidades de sucesso”.

Dentre os resultados alcançados, para além da capacitação de lideranças e o fortalecimento das coordenações locais, a organização de grupos comunitários e envolvimento da comunidade também se destacou. Houve um significativo aprendizado na produção de alimentos caseiros como pão, licor, broa, bolos, geleias e compotas, aperfeiçoamento no artesanato em palha, desenvolvimento de técnicas agroecológicas e fortalecimento da cultura popular.

Além disso, as participantes capacitadas podem participar de editais de políticas públicas como o Fomento Mulher e a Lei Paulo Gustavo, incidência política no INCRA e nas secretarias de ação social e cultura dos municípios.