23 de maio de 2016
A comunidade Camponesa Garrote do Emiliano localizada no semiárido sergipano no município de Poço Redondo, nos dias 17 e 18 de maio, foi palco do Curso de Formação Técnicas de Tecnologias do Uso do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas no Semiárido, aprendendo a partir de barragem de base zero, com a participação do pesquisador João Macedo e Aldrin, camponeses e camponesas de várias comunidades, estudantes das escolas agrícolas e assentados de Reforma Agrária. O curso é realizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Instituto Nacional do Semiárido (INSA).No semiárido brasileiro a degradação do solo é um dos principais limitantes para conseguir a Soberania Alimentar, sendo a principal causa do círculo vicioso que leva agricultores familiares e camponeses a inadequadas condições de vida e alto endividamento.
Na região, em geral, a perda da capacidade produtiva do solo quase sempre começa com o desmatamento e a substituição da vegetação nativa por outra cultivares de ciclo e portes diferentes.
A exposição do solo favorece o processo de erosão. O cultivo contínuo, com a retirada dos produtos, ano após ano, e sem reposição dos nutrientes leva a perda da fertilidade.
Nas áreas irrigadas, o uso de água com teores elevados de sais ou mau manejo dos ciclos de molhamento e a ausência de drenagem geram a salinização.
A erosão é considerada o principal fator de degradação do solo. É um processo por meio do qual as partículas do solo são deslocadas e removidas para outros locais pela ação da água ou do vento. Isso tem provocado, ao longo dos anos, redução da área agricultável, baixo rendimento das culturas e assoreamento de rios e reservatórios, com graves prejuízos à produtividade, à integridade do meio ambiente e à rentabilidade do agricultor.
Um aspecto muito preocupante da erosão é que, mesmo as perdas de grande magnitude são pouco observáveis em curto prazo, se não abrirem sulcos de pelo menos alguns centímetros de profundidade não ficará perceptivel a olho nú. Em razão de que as perdas laminares de 1000 toneladas por hectare, durante o ano equivalem a menos de 1 centímetro de profundidade do solo e podem passar despercebidas.
Apenas o acúmulo das perdas por vários anos de cultivo tem o efeito marcante de reduzir visivelmente a profundidade do solo. No sistema de agricultura itinerante esses anos podem ser diluídos em vários ciclos de cultivo, cada ciclo de 10 a 20 anos, ocupando todo o período de vida de um agricultor. Ao longo da vida de cada geração as perdas são pouco sentidas, mas, os 200 a 300 anos de práticas agrícolas inadequadas já deixaram sua marca irreversível em muitos locais.
Os camponeses e camponesas motivados a aprender e aplicar técnicas de convivência com o semiárido e de forma concreta, dão passos para mudar essa realidade, buscaram firmar parcerias com INSA por ser um órgão que tem diversas experiências e pesquisas desenvolvidas no semiárido que vem mudando essa realidade.
A realização do curso possibilitou-os a conhecer e aprender as técnicas de barragem de base zero e fazer uma reflexão mais aprofundada sobre a degradação de solo e conhecer outras alternativas de conservação do mesmo. Assim ressalta o camponês Messias, “agora aprendemos a dar utilidade as pedras, uma utilidade que só vai trazer benefício para nosso solo, nossa propriedade, hoje construímos uma barragem, agora vamos fazer outras nos riachos aqui, assim a Caatinga vai ficar bem verdinha e água em baixo da terra, são essas coisas que precisamos aprender e fazer, assim agradecemos muito a vinda de vocês aqui”, destaca o camponês.
Contudo, para dar continuidade as técnicas de convivências e conservação de solos degrados, em 5 comunidades camponesas que serão células animadas pelos camponeses usando o método de troca de experiência entre camponeses e camponesas com a parceria do INSA e o MPA.
Com o propósito de resgatar a memória e as lições de Antonio Conselheiro firmamos a construção das células de técnicas de convivência com semiárido no Alto Sertão sergipano, pois acreditamos que somente com o povo organizado podemos revolucionar o semiárido, destaca Elielma Barros, dirigente do MPA-Sergipe.
Por Comunicação MPA
Fotos: Lanna Cecília Lima de Oliveira
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |