20 de fevereiro de 2017
Regionais formam força tarefa e batem de porta em porta no Norte do estado, afirmando em alto e bom som que “quem alimenta o Brasil exige respeito”.
Depois do período de planejamento, chegou a hora de colocar o pé na estrada. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) iniciou o Mutirão da Esperança Camponesa. A atividade, que proporciona um novo momento de mobilização da base, está mobilizando camponeses e trabalhadores urbanos na reflexão sobre pautas que vão desde as agressões aos direitos conquistados nas lutas ao longo da história até a pauta central do MPA, a viabilização do plano camponês e o estabelecimento de uma aliança camponesa e operária por soberania alimentar.
A primeira jornada de atividades no Rio Grande do Sul se deu no município de Novo Tiradentes, onde a força tarefa de 35 pessoas formada por representantes de todas as regionais do estado e voluntários locais, bateu de porta em porta levando o debate sobre a conjuntura atual do país e, em especial, pautando os riscos da reforma da previdência proposta pelo governo ilegítimo. Sete reuniões foram realizadas no interior do município, complementadas por um encontro final na Câmara de Vereadores. Além de camponeses e operários, lideranças locais e meios de comunicação também receberam a mensagem do Mutirão da Esperança Camponesa.
– Eu acho que esse trabalho que nós estamos fazendo é uma forma de reagir a tudo que está acontecendo a nossa volta, porque a coisa chegou no limite em que nós não podemos mais esperar, precisamos valorizar o que nós construímos a base de muita luta durante 20 anos e não deixar esse governo desfazer em quatro meses -, desabafou o camponês Eldon José Muller, 70 anos, residente em Novo Tiradentes. “Eu vejo a presença da juventude aqui com a gente nesse mutirão, juventude que está ligada aos movimentos sociais, que não está acomodada esperando as coisas acontecer, eles vão ser os heróis do nosso amanhã”, concluiu, emocionado.
– As famílias foram muito receptivas e estão a fim de encampar essa luta sobre as pautas propostas, especialmente quando nos referimos à reforma da previdência -, frisou a dirigente Débora Varoli, da Coordenação Nacional. “Nossa presença e nossa mensagem foram acolhidas pela comunidade e temos certeza que quando fizermos o chamamento para que estas famílias venham para as ruas conosco, teremos uma mobilização popular muito grande, na luta por nenhum direito a menos e gritando bem alto que quem alimenta o Brasil exige respeito”, finalizou Varoli, relembrando o lema do mutirão.
O MPA segue mobilizado pelo Mutirão, com atividades previstas nos próximos dias nos municípios de Ametista do Sul e Pinhal, Rodeio Bonito e Erval Seco devem ser os próximos no cronograma. Segundo os dirigentes do movimento, a ideia é bater de porta em porta em cada município onde o MPA está presente, chegando aos 17 estados onde está estruturado. Nas ações desenvolvidas destacaram-se a participação de dirigentes, bem como membros dos coletivos de mulheres e juventude. As equipes também foram reforçadas por voluntários do Levante Popular da Juventude.
Por Marcos Corbari – Jornalista/MPA
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