5 de julho de 2021

Pandemia e estiagem colocaram novos desafios na construção de saberes

Evandro Lucas
MPA Brasil | Santa Cruz do Sul

Somos um movimento camponês construído a partir da luta de milhares de camponeses e camponesas dos mais diversos estados do Brasil. Ao longo dos 25 anos de história o MPA passou a defender em seu plano camponês a produção diversificada com princípios e métodos agroecológicos como base produtiva que proporciona melhor interação entre sociedade e natureza.

Isso fez com que na região do Vale do Rio Pardo/RS, em meio as multinacionais do tabaco, surgisse uma cooperativa ligada ao MPA para desenvolver uma práxis agroecológica com os camponeses e camponesas da região. A COOPSAT desenvolve uma série de ações com as famílias de camponeses e camponesas dessa região, voltadas a diversificação da produção do tabaco e promoção da agroecologia.

Ainda por meio do programa de diversificação da cultura do tabaco realizam cursos e encontros para criar espaços de trocas e aprendizados coletivos. As camponesas, agroecologistas e militantes do MPA, Rosiele Ludtke e Vanderleia Chitó trabalharam em alguns desses encontros formas de fortalecer a saúde através da energia das plantas; fabricação de licores, chás, loções e muitas outras práticas relacionadas a promover a transição agroecológicas.

“É um espaço onde se trocam mudas, se trocam sementes. Além da pandemia aqui deu as estiagens. Então houve muita perda de variedades, de mudas, e como não haviam esses encontros estas trocas não haviam acontecido”, relata Vanderileia.

São mulheres camponesas, agroecologistas, mães e militantes do MPA aprendendo e ensinando em meio a formações repletas de conversas, alegria, e acima de tudo esperança de que vamos sair mais fortes unidos dessa pandemia. “Todos estão sentindo um empobrecimento do nosso povo e a gente tem a visão de que este governo desmontou todas as políticas públicas para agricultura camponesa, e todos na luta pela vacinação, os camponeses e camponesas vêm essa mudança a partir de nós, a partir das nossas lutas, a partir da nossa organização, a partir do nosso movimento”, conclui Leia.