3 de abril de 2017
No terceiro dia da Escola Camponesa da Memória do MPA, a juventude recebeu testemunhas da Ação Libertadora Nacional, entre eles o filho de Carlos Marighella, Carlinho Marighella.
Na sexta-feira, 31 de março, o Centro de Formação da Secretária de Agricultura do Estado da Bahia recebeu a programação do terceiro dia da edição deste ano da Escola Camponesa da Memória do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A programação do dia foi voltada à memória da Ação Libertadora Nacional, organização de cunho socialista que enfrentou o regime militar de 1964. Além de Carlinho Marighella, a juventude recebeu a filha de Zilda Xavier, Iara Xavier. Os dois memoraram a vida dos pais e ainda ambos os papéis que cada um exerceu durante a guerrilha armada.
Antes dos dois herdeiros do Partido Comunista Brasileiro, os jovens ouviram o secretário do Desenvolvimento Rural do estado da Bahia, Gerônimo Rodrigo. Em sua fala, Gerônimo apresentou os desafios que a secretaria enfrenta no estado que tem a maior população rural do país, chegando a 4 milhões de pessoas vivendo no campo. O mesmo parabenizou o MPA por desenvolver o trabalho com a juventude. “Existe na Bahia uma população de 1,8 milhões de jovens vivendo no campo, e não tem se conseguido um diálogo entre a secretária e a juventude visando a melhoria da vida no campo”, avigorou o secretário. Ele ainda finalizou reforçando a parceria com o MPA no Estado baiano.
Quando iniciou sua fala, Iara Xavier avisou os presentes de que tinha o projeto de escrever um livro sobre a história de sua mãe, Zilda Xavier, de seus irmãos Iuri e Alex Xavier e também do patriarca Xavier. Os três homens da família foram assassinados pelo regime, Iara e a mãe conseguiram escapar com vida, sua mãe faleceu em 2015, com 90 anos de idade. “Não consegui levar este projeto a diante porque a memória ainda é uma ferida aberta”, contou Iara sobre a experiência. Iara remontou à cena em que sua mãe escapa do hospital no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro e ainda o caso amoroso que teve com Marighella.
A filha de Zilda também contou como funcionou a relação entre os guerrilheiros brasileiros e cubanos. “É uma satisfação ver este grupo de jovens interessados nesta parte da nossa história, espero que eles compartilhando desta vivencia, se preparem para que esta história não mais se repita, não mais aconteça, que tenham ferramentas de enfrentamento a este novo golpe parlamentar que o Brasil enfrenta”, encerrou Iara, lembrando o golpe de 2016 e o papel da juventude para abortar este novo golpe.
O segundo convidado da manhã foi recebido com ansiedade pelos participantes, uma vez que se tratava do herdeiro daquele que talvez, seja o maior símbolo da esquerda no Brasil. Com o mesmo nome do pai, Carlos Marighella Filho iniciou sua fala avisando que a revolução a maior lição que Marighella deixou foi que é preciso haver disciplina. “Meu pai tinha muita disciplina, e disciplina não significa seguir ordens, significa você fazer as coisas que precisam ser feitas, meu pai sempre dizia: ‘agora que você acordou, arrume a cama’”. Carlinhos ainda contou sobre o contato que teve com o pai e o papel dele no Partido Comunista Brasileiro e principalmente da ALN.
À tarde os jovens participantes conversaram com o Ato Fom, integrante da Consulta Popular, sobre a revolução como tarefa histórica. Em sua conversa Fom contou sobre sua vida como militante da Ação Libertadora Nacional e como foram os quase 10 anos como preso político. À noite, ele aproveitou a escola para lançar seu livro, escrita com outros companheiros de cela, intitulado ‘Repressão Militar-Policial no Brasil: um Livro Chamado João’ (Editora Expressão Popular). A programação do dia encerrou com uma confraternização entre o autor e os jovens.
Por Comunicação MPA
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