26 de março de 2024

Jovens camponeses e quilombolas entregaram mais de 4 toneladas de alimentos para ao programa

Mateus Quevedo
MPA Brasil

O Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA, ganhou novo caráter com o protagonismo da juventude camponesa e quilombola no município de São João da Varjota, na região da Caatinga no Piauí. Um grupo produtivo da comunidade quilombola de Potes e de Paquetá entregou hoje, 26 de março, mais de 4 toneladas de alimentos saudáveis para a modalidade de compra com doação simultânea do programa. As entregas foram feitas no Centro de Referência de Assistência Social, o CRAS, do município.

O grupo produtivo é organizado por jovens camponeses e quilombolas de ambas as comunidades, que estão organizadas no Movimento dos Pequenos e Pequena Agricultoras. Os jovens conseguiram acessar o PAA através da Companhia Nacional de Abastecimento, a CONAB, que garantiu a compra em um valor de R$27 mil reais. “É muito importante para nós porque estamos vendendo, vamos ter o nosso primeiro pagamento de uma entrega que foi realizada e foi pensada para os jovens, é uma forma de dar oportunidades para os jovens além de melhorar a alimentação de outras pessoas, pois são alimentos que vem da roça, alimentos orgânicos”, apresenta a jovem Luana Beatriz Pereira de Souza.

O PAA Jovem, como foi apelidado, além de ser uma oportunidade de geração de renda para a juventude, como Luana Beatriz apresentou, faz parte da estratégia para garantir produção de alimentos saudáveis e a permanência da juventude no campo. O jovem Gabriel Côelho diz que é “a primeira entrega de jovens quilombolas do MPA no município de São João da Varjota, essa entrega é bastante crucial para o melhoramento da renda desses jovens e evitando êxodo rural, são produtos da agricultura camponesa, livre de agrotóxicos e são produtos orgânicos pois, para cuidarmos da nossa saúde precisamos cuidar da saúde dos alimentos”.

Segundo os jovens, o protagonismo do grupo coletivo aponta para a necessidade de estruturação de políticas públicas voltadas para a juventude. Todo o processo de trabalho para a entrega dos alimentos se deu de forma coletiva, desde a roça que é coletiva até a forma de beneficiamento, que também é compartilhada. “Com essa entrega estamos influenciado muitos os jovens para não deixar o seu território para ir pra cidade, é uma forma de assegurar nosso futuro”, aponta a jovem Willyane Aquino.