17 de fevereiro de 2022

MPA e MAB se unem ao MTST para levar solidariedade aos atingidos(as) pela tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro

Cristina Valle
MPA Brasil | Rio de Janeiro (RJ)

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) estão se somando nas campanhas de solidariedade em prol das famílias atingidas pelas enchentes em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Durante a próxima semana, os recursos doados à Campanha Permanente de Solidariedade Mutirão Contra a Fome serão destinados à aquisição de alimentos agroecológicos das famílias camponesas do MPA, para que assim possam permanecer no campo produzindo alimentos saudáveis. Além dos alimentos também serão levados material de limpeza, máscaras, álcool em gel, fraldas (adulto e infantil), absorventes e outros itens de higiene e limpeza que podem ser entregues nos postos de coleta.

Colabore e nos ajude a levar alimentos para as famílias atingidas pelas chuvas em Petrópolis. Você pode ajudar doando via depósito bancário, transferência via PIX ou então levar as doações até os pontos de arrecadação. 

Se o modelo predatório não parar, tragédias como está continuarão a acontecer

Barra Longa, Brumadinho, enchentes no Sul da Bahia, seca no Rio Grande do Sul: a mineração predatória e o modelo de produção de alimentos do Agronegócio, que mata, desmata e destrói o meio ambiente estão na origem das mudanças climáticas. Eventos serão cada vez mais extremos — e rotina, alertam pesquisadores do mundo inteiro.

No início deste ano, intensas chuvas no estado do Rio Janeiro afetaram a produção de hortaliças, verduras, legumes e tubérculos da agricultura familiar. No sul, as secas arrasaram as plantações. As políticas públicas para a Agricultura Familiar Camponesa tem sido menosprezadas nos últimos anos, como nos últimos 2 anos, quando Bolsonaro vetou o socorro aos pequenos agricutores, privilegiando o Agronegócio. Por isso neste ano o MPA e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lançaram um pedido de socorro. Até agora nada foi feito seja em nível estadual, seja em nível federal.

Mesmo quando há alguma iniciativa, a Agroecologia Camponesa é vista como alternativa, quando deveria ser definida como prioridade. Reforma Agrária Popular, para a justa distribuição de terras; preservação das sementes crioulas, escolas e universidades que valorizem o saber camponês, habitação popular, rede pública de atendimento a saúde, subsídios para as famílias que queiram fazer a transição agroecológica, para que pequenos agricultores permaneçam no campo.

Também lutamos pelo fortalecimento e retomada de instrumentos que garantam o escoamento da produção camponesa como a Compra Direta de Alimentos (CDA), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), além da reabertura de restaurantes populares nas cidades, para garantir que a classe trabalhadora urbana tenha acesso a alimentos saudáveis.

Por tudo isso, reivindicamos a Agroecologia Camponesa para garantir a produção de alimentos saudáveis aliada à preservação do meio ambiente, além de assegurar nossa Soberania Alimentar.

Nesse momento de ofensiva neoliberal sobre a classe trabalhadora, estamos certos de que é a solidariedade de classe, com a união dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade que irá construir uma nova sociedade, mais justa e fraterna.

Seguimos construindo a Aliança Campo-Cidade por Soberania Alimentar e Poder Popular