6 de junho de 2021

Com o desmonte do licenciamento ambiental experiências como esta não serão mais possíveis

Bárbara Nascimento
MPA Brasil | Aracaju (SE)

Sem água não há vida, mas apesar disso não são raros os danos ambientais que produzem como consequência a morte de fontes de água. Outra situação absurda é o fato de habitarmos o “Planeta Água” e, ainda assim, termos milhões de pessoas que passam sede no Globo.

Quando falamos de Brasil, embora seja o dono de 20% da água de todo o mundo, a desigualdade de acesso à água para beber, para plantar e para viver persiste. E um dos principais causadores do problema é o agronegócio. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cada 100 litros de água tratada produzidos no Brasil, 72 vão para o agronegócio.

Por essa razão, recuperar nascentes tornou-se uma das principais missões do trabalho de compensação ambiental. Composta por diversas etapas, a compensação é um processo delicado que envolve a identificação da nascente, o seu cerceamento e uma série de cuidados para se “plantar” água e vê-la correr outra vez.

O processo de recuperação e conservação das nascentes é baseado na proteção na proteção do solo, seguida pela criação de condições favoráveis à infiltração da água e pela redução da taxa de evapotranspiração. 

A companheira Lara Rodrigues explica que durante o processo de recuperação de nascentes também são plantadas árvores nativas. “Durante todo o processo de acompanhamento técnico que as famílias recebem, árvores nativas e frutíferas são plantadas. O que contribui para recuperar até mesmo algumas espécies que já estavam se perdendo”, aponta.

A experiência do Pampa e todo esse trabalho de replantio comprovam que é possível colher o bem que plantamos e até mesmo a água – das nossas mais preciosas riquezas, não foge à regra. Na semana do dia Mundial do Meio Ambiente, aproveitamos pra não deixar a esperança morrer e seguimos em luta para que ela se renove e renasça com a força de um olho d’água.