14 de março de 2018
No Alto Sertão Sergipano especificamente no município de Canindé do São Francisco, em uma localidade marcada pela falta de chuvas e muita luta pela reforma agrária surge a UPC – Unidade de Produção Camponesa. Antes da UPC, a área era desativada, até que em 2015 o MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores resolveu reivindicar ao governo do estado de Sergipe do terreno, visto que se tratava de uma área com potencial para se construir um espaço de referência para a produção camponesa.
A Unidade de Produção Camponesa é um espaço de referência para o desenvolvimento de técnicas agroecológicas, apropriadas para o semiárido, no modelo de agricultura com base nos princípios da Agroecologia, por meio de processos pedagógicos com famílias camponesas, militantes e técnicos, de todo o território onde a Unidade está localizada, pois dessa forma contrapõe a lógica de produção do agronegócio, que traz consigo a utilização do pacote tecnológico pautado na utilização de venenos agrícolas e transgênicos.
A presença da água e das técnicas de irrigação fazem da UPC um espaço possível mesmo em meio ao sertão, conforme afirma Elielma, dirigente estadual do MPA, “para construir uma unidade de produção é fundamental se pensar o manejo da água, da irrigação, visto que estamos nos desafiando a produzir no semiárido”.
Outros objetivos da UPC estão pautados em desenvolver atividades produtivas na perspectiva da convivência com o semiárido e agroecologia; formação de camponeses e técnicos locais; produção e multiplicação de sementes crioulas.
O Desenvolvimento tecnologias, experimentos e experiências produtivas, já vem sendo realizado na Unidade, técnicas de irrigação e campos de proteína, para alimentação animal já mostram sua efetividade, produção e multiplicação de sementes crioulas, além da produção e comercialização de alimentos e insumos para autossustentação do espaço que são um dos objetivos centrais da UPC.
A Unidade de Produção Camponesa vem sendo construída com muita garra e esperança por aqueles que acreditam em um modelo de produção apropriado para a realidade do campesinato que vive no semiárido, por meio do resgate dos saberes tradicionais e a solidariedade entre os trabalhadores e trabalhadoras. A campanha segui com intuito de envolvendo cada vez mais camponeses e organizações no seu processo de construção.
Por Andressa Paiva – Comunicação MPA
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