11 de abril de 2022

Camponeses e camponesas de todo o Brasil participam de curso voltado às práticas agroecológicas

Coletivo de Comunicação
MPA Brasil | Seberi (RS)

Mesmo debaixo de uma chuvarada que visita Seberi, no noroeste gaúcho, neste mês de abril, camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores participam de um Diplomado em Agroecologia estão no Centro de Formação da nome completo da cooperativa (Cooperbio). O curso tem como objetivo atualizar e desenvolver habilidades científicas, técnicas e metodológicas em agroecologia.

Para Maria de Jesus, jovem camponesa, à frente da coordenação da Unidade de Produção Camponesa em Canindé de São Francisco no sertão do Sergipe, a agroecologia “é um modo de vida e de reprodução social camponesa, além disso é um campo de pesquisa que une os conhecimentos técnicos e científicos, o culto e o subjetivo dos territórios, levando em consideração as contradições do modelo hegemônico de produção, que é agronegócio”.

Na programação do curso estão contemplados momentos de exposição teórica, debates coletivos e a prática de técnicas agroecológicas. Uma das atividades já realizadas no âmbito do curso, foi o lançamento de duas cartilhas elaboradas pelo professor Sebastião Pinheiro. Ambas trazem temas essenciais para a agroecologia e o fortalecimento do biopoder camponês: Energia Vital e Geologia Camponesa.

“Achei o conteúdo das cartilhas muito bom, eu estou tendo o tema de geociências no meu curso de Licenciatura do Campo, a linguagem da cartilha consegue traduzir um conteúdo que tem uma densidade cientifica muito forte em algo fácil de entender”, quem fala agora é Liria Aquino, camponesa e quilombola da comunidade de Potes, município de São João da Varjota, no Piauí, uma das participantes do curso.

Segundo a coordenação do curso, as cartilhas servem para que os camponeses e camponesas conheçam algumas noções de física, química e biologia dos solos para aplicar em uma sua prática agroecológica do dia-a-dia de forma a avançar cada vez mais na restauração dos biomas e a produção de alimentos saudáveis em grande escala.

Cabe destaque que estas cartilhas foram elaboradas considerando o diálogo de saberes, isto é, para além de exposições práticas, as cartilhas contemplam momentos de reflexões a cerca da construção do espaço social do campesinato, que leva em considerações de reciprocidade entre o meio, que abrange o aspecto do ser e viver em harmonia com o tempo natureza.