15 de outubro de 2017
Atividade da juventude do MPA realizada em sítio do sindicato dos metalúrgicos provoca reflexão.
Nem precisaria de outra mística no Acampamento da Juventude Camponesa do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) do que o próprio momento em que a atividade se torna concreta. A aliança camponesa e operária, desenvolvida como proposta orgânica do movimento desde o seu último congresso nacional, realizado em 2015, pulsa em cada momento do “acampa” dos jovens camponeses, realizado no Sítio dos Metalúrgicos vinculados ao sindicato que integra a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que iniciou no feriado de 12 de outubro, se estendendo até domingo, 15. “São forças que se somam para dar fôlego à utopia, se amparam e se apoiam na luta pela construção de uma nova sociedade, impulsionando a revolução que temos o dever de construir em cada momento do nosso dia a a dia”, refletiu a dirigente camponesa Sandi Xavier, pouco antes da apresentação dos representantes dos sindicatos urbanos que apoiaram a realização da atividade em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre.
Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS (Central Única dos Trabalhadores), relembrou as lutas históricas compartilhadas pelos trabalhadores do campo e urbanos, citando aquele momento, em que filhos e filhas de camponeses estavam chegando de todo o estado para compartilhar do espaço que o trabalho sindical viabilizava, como um momento inédito. “eu confesso para vocês que eu acho que pela primeira vez esse sítio está sendo usado para a integração e a construção do futuro, para sair daqui mais empoderados, voltar para as suas regionais com informações novas, com mais entusiasmo, com ideias novas que só São possíveis quando se junta para trocar experiências. O líder sindicalista chamou a atenção para um ponto em especial que os jovens devem estar atentos no cenário atual, a fragilização da educação pública que atende os filhos dos trabalhadores em detrimento do ensino privado que está apenas ao alcance da classe burguesa.
– A juventude do campo tem valor e tem que mostrar isso, é representante do segmento que produz comida e comida boa que chega até as mesas de todos nós -, falou Jairo Carneiro, presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, citando Zumbi e Dandara, em sua luta pela liberdade, para expressar o espírito guerreiro que os jovens precisam personificar para enfrentar as atuais dificuldades que estão sendo impostas pelas instâncias de governo e pelos representantes da classe burguesa. “Vocês jovens do campo, que produzem alimento, que fazem música, que fazem arte, que fazem a diferença, são fundamentais para que a gente possa ter uma sociedade minimamente organizada, articulada e igualitária”, acrescentou, destacando ainda em sua fala o ex-governador Tarso Genro, que aceitou inserir nas suas ações de governo o chamado Plano Camponês, que garantiu recursos para viabilizar alguns avanços para a agricultura camponesa.
– Isso que está acontecendo aqui é algo forte e bonito, existe uma organização, que puxa, mas todos são importantes -, destacou a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS), propondo uma analogia da sistematização do acampamento que tem as tarefas compartilhadas por todos os presentes, com a ideia de uma grande ciranda, onde o movimento só acontece se cada um der a mão ao outro. “Luta política para nós é consciência e é também o nosso coração. A nossa causa é a que nasce do trabalho, diferente da causa dos exploradores que é o capital”, refletiu, citando o agronegócio, o latifúndio, a monocultura, o agrotóxico e a devastação ambiental como representações do capitalismo que precisam ser enfrentadas. “A agricultura camponesa no Brasil é a resistência ao capitalismo mais predatório, vocês jovens tem essa bandeira, essa causa porquê lutar”, completou.
Além das lideranças vinculadas aos sindicatos e ao campo político, estiveram presentes no Acampamento da Juventude do MPA alguns frequentadores da feira camponesa que o movimento desenvolve todas as quartas no espaço da sede do Sindicato dos Petroleiros, na região central de Porto Alegre.
Por Marcos Corbari – Jornalista / MPA
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