7 de março de 2023
Mateus Quevedo
MPA Brasil | Brasília (DF)
Atendendo ao chamado global d’La Via Campesina que convocou para o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora ações de solidariedade e de denúncia à dimensão patriarcal e racista do capitalismo, as mulheres das organizações camponesas de Rondônia iniciaram hoje, 07 de março, em Porto Velho, o Acampamento das Mulheres da Via Campesina. Com o tema ‘Camponesas da Amazônia em luta pela vida e soberania, contra a fome e a violência’, o acampamento culminará em um grande ato unitário amanhã, 8 de março.
A chegada de cerca de 200 mulheres aconteceu ontem, para que as atividades já acontecem logo cedo da manhã desta terça-feira. Além de militantes e dirigentes do Movimento dos Pequenos Agricultores, também há presença das companheiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens, e também participação das companheiras migrantes indígenas da Venezuela, acompanhadas pela Cáritas e Comissão Pastoral da Terra. Professoras e estudantes da Universidade Federal de Rondônia também participam.
A programação iniciou com uma análise de conjuntura internacional sobre como o capitalismo financeiro tem avançado de forma violenta sobre os territórios camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos na região da Amazônia. “A Amazônia está no foco da busca perversa do capital para aumentar seus lucros, há expulsão o povo de seus territórios seja pela exploração do minério, da água, da madeira, ou pelo próprio agronegócio com a produção de soja”, alerta Leila Denise, da direção do MPA em Rondônia. Segundo Leila, a análise de conjuntura abordou a forma como essas investidas tem afetado a vida das mulheres.
“Com a chegada desses projetos de morte há o aumento da violência, de doenças, da miséria, da fome, do desemprego, exploração do trabalho e também exploração sexual das crianças e das mulheres”, apresenta Leila. “Esse avanço traz uma presença muito grande de homens, o que faz aumentar, devido à cultura patriarcal, a prostituição, os abusos sexuais e as violências”, acrescenta.
Segundo Leila, ainda, os debates seguirão apresentando que a forma como essa chegada se dá nos territórios faz com que a produção de alimentos, a geração de renda também seja afetada. “Passamos a competir com o mercado e não há políticas públicas para as mulheres camponesas acessarem, principalmente depois do golpe de 2016”. A dirigente também acrescenta a questão do aumento da violência na região, causadas principalmente pelo aumento da militarização, da facilitação do armamento para a população e o aumento dos CACs.
Para superar tudo isso, as mulheres camponesas têm o desafio de seguir produzindo alimentos saudáveis, de garantir as possibilidades abertas pelo governo que se elegeu, apesar de suas contradições. “Como mulheres camponesas, cumprimos a missão de produzir alimentos e nesse período onde milhões de pessoas passam fome no Brasil, confirmamos nosso compromisso de lutar e buscar condições para ampliar a produção de alimentos saudáveis, e para isso nós estamos construindo um programa que busca criar as condições necessárias para chegar o alimento para todas as pessoas que necessitam nesse país”, apresenta Isabel Ramalho, também da direção do MPA.
A manhã também contou com a participação da procuradora do Ministério Público do Trabalho de Rondônia, Camila Holanda, que trouxe o tema da garantia de condições e direitos trabalhistas das mulheres na cidade e no campo. A programação seguiu durante esta tarde, abordando as bandeiras de luta d’La Via Campesina e também foi apresentado e firmado o compromisso na construção para a 7ª Festa Camponesa que acontece de 13 a 15 de Julho deste ano em Jaru, região central do estado de Rondônia, com o tema ‘Democracia e esperançar’. A programação segue com um grande ato de rua amanhã nas ruas da capital rondoniense.
Confira os registros feitos pela comunicação d’La Via Campesina:
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