2 de dezembro de 2025

A agricultura familiar defende uma ATER sem o SENAR na abertura da Conferência da Rede
Conferência reúne rede nacional de ATER e marca avanços na política de extensão rural. Na abertura, MDA firmou parcerias e apresentou agenda estratégica para a agroecologia, o bem viver e a institucionalização da política
Fonte: MDA – Publicado em 01/12/2025 19h38
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) deu início, nesta segunda-feira (1), à Conferência Temática de Assistência Técnica e Extensão Rural (ConTem-ATER), que seguirá durante toda a semana em Brasília, como parte da Semana da Extensão Rural. O encontro reúne cerca de 300 representantes de movimentos sociais, organizações da agricultura familiar, instituições estaduais de Ater, universidades, parlamentares, centros de pesquisa, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais indicados pelo Comitê Permanente de ATER do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (Condraf). A conferência marca um momento de consolidação e fortalecimento da política de ATER no país, com foco na transição agroecológica, no bem viver e no fortalecimento das políticas públicas voltadas à agricultura familiar.

Durante a abertura da Conferência Temática de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), o ministro do MDA, Paulo Teixeira, relembrou os desafios para recriar o Ministério e falou da importância da presença ativa da sociedade na retomada dos debates. “Esse momento que nós estamos vivendo aqui é uma resposta contundente aos que extinguiram o MDA. O MDA voltou pelas mãos do povo brasileiro. E um dos primeiros atos do presidente Lula foi recriar o MDA e vincular a ele o INCRA, a CONAB, a ANATER, a Ceasa Minas e a Ceagesp, além de criar o CONDRAF, com a participação de todos vocês, e recriar também a Conferência”, destacou.
Ele também elencou os avanços das políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar no país, como a ampliação do crédito do Pronaf A e Pronaf B, acesso facilitado ao Desenrola Rural, criação do Programa Quintais Produtivos, a recuperação de áreas degradadas com o Programa Nacional Florestas Produtivas, lançamento do Programa da Terra à Mesa e a retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária.
“Nós temos um governo altamente vinculado ao tema da agricultura familiar, reforma agrária, produção de alimentos e da soberania alimentar. É por isso que eu espero que nós possamos, juntos, entregar o projeto que cria o Suater, para garantir que todos os agricultores e as agricultoras brasileiras possam ter assistência técnica, extensão rural e mecanização de qualidade”, completou.
Em outubro, o MDA iniciou a elaboração de um Projeto de Lei que cria o Sistema Unificado de Assistência Técnica e Extensão Rural (Suater). O objetivo é estabelecer um fundo permanente e exclusivo para o financiamento de ações de assistência técnica. O fundo dará maior força para a Ater e garantirá previsibilidade, continuidade e ampliação dos serviços, permitindo que o Brasil avance rumo à universalização da assistência técnica e extensão rural.
Avanços
Durante a cerimônia, o MDA formalizou entregas estratégicas que consolidam um novo ciclo da política nacional de ATER. A primeira delas foi a Portaria MDA nº 63, de 25 de novembro de 2025, que institui a Política Nacional de Alternativas em Áreas Cultivadas com Tabaco (PNACT) e o Plano Nacional de Alternativas em Áreas Cultivadas com Tabaco, alinhados aos compromissos da Convenção-Quadro para o Controle do Uso do Tabaco. Também foi assinado o Termo de Execução Descentralizada com a Universidade de Brasília (UnB) no valor de R$ 12.458.966,40, voltado ao fortalecimento da governança territorial e ao desenvolvimento de estratégias sustentáveis baseadas na agricultura familiar, na agroecologia e na inclusão socioeconômica.
Na agenda de implementação territorial, o ministério anunciou o Programa Bem Viver Semiárido 2, em parceria com instituições estaduais de ATER de Pernambuco, Piauí, Alagoas, Ceará e Paraíba, além da ampliação do ATER Digital com Emater Rondônia, Emater Acre e Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima. Também foram firmados o Protocolo de Intenções entre Anater e Caixa Econômica Federal, para fortalecer iniciativas de inclusão produtiva e financeira voltadas ao Pronaf B, e o Termo de Parceria com o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá, ampliando o alcance da política em novos territórios.
O presidente da Anater, Camilo Capiberibe, lembrou que a retomada da Política de Ater promovida pelo MDA desde 2023 possibilitou recolocar a extensão rural como política estratégica de desenvolvimento. “Nós conseguiremos não só reconstruir as políticas que já tivemos, mas, ao mesmo tempo, fazer esse processo avançar. Agora podemos, nesta conferência e na conferência nacional, no debate sobre o Suater, deixar das ruínas um edifício sólido”, ressaltou.
A ConTem-ATER seguirá com debates e sistematizações distribuídos em cinco eixos temáticos: mudanças climáticas e agricultura familiar; transição agroecológica e sistemas alimentares; reforma agrária e direitos territoriais; cidadania e inclusão socioprodutiva; e governança e institucionalização do Suater.
A vice-presidenta do Condraf, Claudia Cascais, enfatizou o papel do conselho como espaço plural e permanente de participação social na formulação e no acompanhamento das políticas públicas para a agricultura familiar. “O Condraf hoje é um espaço de participação social, da sociedade civil na construção de políticas públicas para a agricultura familiar. E é um espaço de extrema responsabilidade que nós temos a cada reunião, a cada análise de política pública. Temos a plena consciência do tamanho da responsabilidade, do comprometimento. Esse espaço é um espaço de construção, é na divergência que vamos construir o futuro”, acrescentou Claudia.
Para o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vanderley Ziger, a escuta qualificada e participação social são essenciais para o avanço das políticas públicas. Ele destacou que a síntese de propostas ao final do encontro refletirá o esforço coletivo de um país diverso e que a universalização dos serviços de ATER é um dever do Estado brasileiro. “Chegaremos no final do dia 3 com 30 propostas escolhidas para remetermos para a grande conferência que acontecerá em março. Parece ser um grande número, mas, num país continental, com tantas regiões, povos e diversidades, será certamente um grande esforço escolher essas 30. Muitas propostas importantes ainda poderão ser incorporadas na construção do relatório que chegará à conferência nacional. Mais do que nunca, é transformar esse espaço num grande encontro de construção coletiva, cooperativa, participativa, para sairmos cada vez mais fortalecidos — e juntos construirmos aquilo que é um dever do Estado brasileiro: universalizar o serviço de ATER”, destacou Ziger.
Ao final dos trabalhos serão definidas as 30 propostas prioritárias que integrarão a etapa nacional da 3ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (3ª CNDRSS), acompanhadas da eleição de delegados e delegadas. A relatoria final reunirá recomendações para o aperfeiçoamento da PNATER e para os marcos estruturantes do SUATER.
ATER no centro da estratégia nacional
Entre 2023 e 2025, o MDA e seus parceiros executaram o maior conjunto de programas e formações da última década, com resultados que demonstram a amplitude e a diversidade do trabalho realizado:
• 45,7 mil Unidades Familiares de Produção Agrícola em atendimento pelos 11 programas nacionais da ANATER
• R$ 380 milhões investidos nas chamadas e parcerias da ANATER, com ações executadas em todos os biomas
• 42.680 famílias atendidas diretamente pelas Chamadas Públicas
• 32.630 famílias impactadas apenas em 2024
• 26 mil agricultores acompanhados via convênios com a Rede Asbraer
• 6.932 famílias e 97 assentamentos atendidos pelo Pró Semear (antigo Profor-EXT)
• 2.200 indígenas atendidos nas ações emergenciais e estruturantes junto ao povo Yanomami
• 480 quintais produtivos previstos no programa de Plantas Medicinais, em parceria com a Fiocruz
• 784 agricultoras(es) e extensionistas capacitados via ATER + Digital, por meio da plataforma e-Campo
• 10 OSCs com projetos em execução no programa Da Terra à Mesa e mais 45 que terão ATER inclusas na execução
• 1591 extensionistas e coordenadores formados em 2025
• Mais de 5 mil mulheres agricultoras urbanas e periurbanas, extrativistas, pescadoras artesanais, quilombolas, indígenas receberam o Fomento Rural do MDS nos programas de ATER da Anater.
| Cookie | Duração | Descrição |
|---|---|---|
| cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
| cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
| cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
| cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
| cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
| viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |