2 de dezembro de 2016
“Revolução é sentido de movimento histórico, é transformar tudo o que deve ser transformado, é igualdade e liberdade plenas. […] Revolução é unidade, é independência, é lutar por nosso sonho de justiça para Cuba e para o mundo”.
Com estas palavras do ex-presidente cubano Fidel Castro, lidas pela ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, é possível sentir o clima que permeou a abertura da II Assembleia Continental da ALBA Movimentos, que foi lançada na quarta-feira (30), em Bogotá, na Colômbia.
Além da ex-senadora, estavam presentes a embaixadora de Cuba, Zulan Popa; o embaixador da Venezuela, Ivan Rincón; o senador colombiano Alberto Castilla; a representante da organização Congresso dos Povos, Marilen Serna; o integrante do Movimento Social e Político Marcha Patriótica, Andrés Gil; e o membro da Alba Movimentos, Manuel Bertoldi.
Entre os discursos que se apresentaram no espaço, que foi acompanhado pelos mais de 200 delegados e delegadas da Assembleia, duas palavras ficaram marcadas: unidade e solidariedade.
“Nenhum império será suficiente contra a dignidade de um povo. […] A América tem que estar unida. Somos o continente da esperança, e assim seguiremos com o legado de Hugo Chávez e do grande comandante Fidel Castro”, declarou o embaixador venezuelano na Colômbia, Rincón.
Por sua vez, a embaixadora cubana no país, Zulan Popa, disse que “a solidariedade tem sido essencial para a sobrevivência de nosso país”. Ao mesmo tempo, se referindo à Assembleia da Alba, ela apontou que “esse encontro é a melhor maneira de continuar o legado do nosso comandante Fidel, do comandante Chávez e de Bolívar”.
Com um enfoque mais direto aos processos de paz colombianos e a solidariedade continental, o senador colombiano Alberto Castilla manifestou que “implementar os acordos [de paz] deve gerar um impacto a favor da sociedade. A paz deve construir condições de vida digna, de justiça social, e isso vai gerar mobilização e luta social. Por isso, a unidade na América Latina é fundamental, mas é necessária e urgente na Colômbia”.
Andrés Gil, do movimento social e político Marcha Patriótica, afirmou que “na Colômbia, seguimos acreditando e trabalhamos nos nossos movimentos pelas transformações, pelo socialismo, pelas mudanças profundas que nossa Colômbia e nosso continente necessitam”.
Nesse sentido, Marilen Serna, do Congresso dos Povos, destacou que “estamos vivendo um momento histórico”. “A afirmação dos acordos nos abrem muitas portas para avançar na paz”, disse.
Ela acrescentou, em referência à Assembleia da Alba Movimentos, que “temos feito uma aposta pela libertação de nossos povos, e isso nos traz aqui. Saudamos esse esforço de construção continental, de juntar forças para a emancipação de nossa pátria grande”.
“Não é casualidade que escolhemos a Colômbia para receber essa assembleia. O que está em jogo no país, a paz com justiça social, é também a paz do continente”, avaliou Manuel Bertoldi, da Alba Movimentos. “Estamos todos e todas reunidos para avançar nos desafios que têm os movimentos popular e os povos de Nossa América”, finalizou.
Com a participação e a construção de 300 militantes de organizações e movimentos populares de 27 países do continente e do mundo, a II Assembleia Continental da Alba Movimentos ocorre entre 1 a 4 de dezembro, em Bogotá, na Colômbia. Esse é um espaço político-organizativo dos Movimentos Sociais da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba).
A Alba surgiu em 2004 a partir de uma articulação entre os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Fidel Castro, de Cuba. Além da aliança entre os governos, há a Articulação dos Movimentos Sociais da Alba (Alba Movimentos), que começou a se articular a partir dos anos 2010 e foi oficialmente lançada em 2013, na I Assembleia Continental da Alba Movimentos, realizada no Brasil.
Por Vivian Fernandes Brasil de Fato | Bogotá (Colômbia)
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