19 de fevereiro de 2024

Estamos nos aproximando de mais uma jornada de lutas do 08 de março. Portanto, o Coletivo Nacional de Gênero do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) convoca todas as mulheres, homens, jovens, pessoas LGBTIAP+ e crianças a se somarem nessa luta

Coletivo Nacional de Gênero

Neste ano, a nossa jornada ganha ainda mais relevância pois o 8 de março, dá o ponta pé para a construção do nosso 4º Encontro Nacional das Mulheres do MPA, previsto para acontecer entre os dias 13 e 16 de outubro em Salvador – BA. O Coletivo de Gênero tem realizado uma série de elaborações para a construção do Plano de Produção, Comercialização e Abastecimento Popular Agroecológico que dialoga diretamente com a Missão Josué de Castro, uma iniciativa que envolve diversas organizações do campo e da cidade para alimentar 5 milhões de brasileiros e brasileiras.

Nossa jornada de lutas deste ano tem como tema “Camponesas em luta com diversidade! Semeando soberania e rebeldia!”. Queremos destacar a importância da diversidade das mulheres camponesas, que juntas constroem a agricultura camponesa e a agroecologia em nosso país.

Reafirmamos nosso compromisso na luta contra todas as formas de opressão e violência contra as mulheres. Exigimos o fim do machismo, do racismo, da LGBTfobia e de todas as formas de discriminação que impedem as mulheres de viverem com dignidade e em igualdade de condições.

Sabemos da importância das camponesas na produção de alimentos saudáveis, e por isso, denunciamos a violência contra as mulheres no campo e na cidade, e o capitalismo neoliberal e suas políticas de austeridade como a fonte das violências e injustiças que enfrentamos no nosso cotidiano. Para a garantia de condições dignas de vida e trabalho no campo pautamos a implementação de políticas públicas especificas para as mulheres camponesas, de forma ampla e universal.

É hora de semear soberania alimentar e rebeldia contra os grandes latifúndios, o agronegócio e as políticas neoliberais que destroem o meio ambiente, expulsam as camponesas de suas terras e colocam em risco a segurança alimentar de nossa população.

Nossa luta não é apenas por nós mesmas, mas por todas as trabalhadoras e trabalhadores que vieram antes de nós e por todas as que virão depois. É uma luta por justiça, igualdade e dignidade. É uma luta que traz em si a diversidade de nossas histórias, culturas e saberes. Nossa luta é por soberania alimentar, por acesso à terra e pelo fim da violência contra as mulheres, pelo fim do machismo, do racismo, da LGBTIAPfobia e da exploração capitalista.

Por isso, neste 08 de março, vamos ocupar as ruas, as praças, as escolas, os territórios. Vamos mostrar que somos sementes de soberania e rebeldia, prontas para florescer e transformar a realidade em que vivemos. Pois cada passo é importante e precisamos demarcar o 8 de março como um dia importante para a luta por soberania alimentar, principalmente porque sabemos que são as mãos das mulheres quem produzem diversidade, saúde e organização popular.

Que a semente da luta plantada pelas mulheres floresça e se espalhe por todos os cantos e recantos! Que a diversidade e a rebeldia sejam sempre nossas armas na luta por um mundo justo. Viva a soberania, a diversidade e a rebeldia das mulheres!