12 de julho de 2016
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiu interinamente a Presidência da República há dois meses, em 12 de maio, após a votação pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado.
Em pouco tempo, já acumula uma quantidade de erros e contradições que fazem com que, até pesquisas encomendadas por apoiadores doimpeachment, apontem uma má avaliação. Uma pesquisa do Ibope divulgada na semana passada, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que 75% da população consideram o governo tampão regular, ruim ou péssimo.
Relembre os principais episódios dos primeiros 60 dias de Temer:
A ausência feminina no primeiro escalão de um governo não ocorria desde a Ditadura Militar. O peemedebista tentou se justificar falando na escolha de “notáveis”.
O vazamento de áudios gravados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, indicava o desejo de integrantes do governo provisório em barrar o avanço da operação Lava Jato. Três ministros caíram por conta destas revelações.
Metade dos integrantes de seu ministério tem algum grau de envolvimento em investigações, denúncias ou processos na Justiça. Além disso, O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), disse na última terça-feira (5) que o governo Temer deve retirar a urgência constitucional do chamado pacote de combate à corrupção.
Organização inicial sofreu um revés com a criação do Ministério da Cultura, após mobilização de artistas em todo o país.
Um deles é a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), defendida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e contestada por outras pastas e setores que apoiaram o processo contra Dilma Rousseff, tais como a CNI e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A agenda que consta nos documentos Ponte para o Futuro e Travessia do Social têm enfrentado resistência na sociedade.
A tentativa de suspender o Minha Casa, Minha Vida foi derrotada pormobilização do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
A sugestão da CNI de aumentar a jornada de trabalho, fazendo referência a 80 horas semanais, foi mal recebida.
A ideia de estipular uma idade mínima mais alta (65 ou 70 anos) é atacada até mesmo por apoiadores do governo, como o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade).
O anseio por um arrocho fiscal também se confronta com negociações com políticos para que se consolide o impeachment. Alguns economistas apontam que, sob Temer, ocorre um aumento dos gastos públicos: liberação de emendas parlamentares, ampliação do déficit na meta fiscal e renegociação da dívida dos estados estariam nesse pacote de “bondades”.
Considerado um homem bomba, o Planalto vem trabalhando para garantir a sucessão na Presidência da Câmara e salvaguardar o mandato do parlamentar – estratégia que incluiu sua renúncia ao cargo.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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