Medidas
Entre as medidas que o relatório aponta como não cumpridas, está a contenção de 24,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos que continuam espalhados pela área atingida na tragédia. O documento também indica a inexistência de um plano de gestão das águas e de projetos para controle da erosão e reconformação dos cursos no trecho compreendido entre a barragem de Fundão e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves.
A Samarco também não apresentou ainda nenhuma alternativa ao dique S4, cuja construção foi proibida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que implicaria o alagamento de parte de um muro colonial, anexo a uma capela. O dique teria a função de evitar novos escoamentos de rejeitos no período chuvoso. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também é contra essa solução apresentada pela Samarco e cobra uma política de segurança da mineradora que seja mais duradoura.
O Ibama informa que, entre os dias 24 e 30 de junho, realizou 26 notificações à Samarco por descumprimento de medidas determinadas. Estas notificações representam o início de novos processos de fiscalização e, caso os prazos não sejam atendidos pela mineradora, ela poderá ser multada.
Samarco
Por meio de nota, a Samarco informou que vem cumprindo os compromissos para mitigar os impactos da tragédia, conforme estabelecido no acordo assinado com os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Segundo a mineradora, o Ibama também é signatário do acordo.
A empresa esclareceu também que definiu um plano detalhado para contenção dos rejeitos que vazaram da barragem de Fundão, o que inclui a revegetação das margens dos rios, reforço das estruturas remanescentes e construção de outras estruturas, entre outras medidas.
A mineradora disse estar segura de que seus representantes vêm agindo dentro da lei. “A Samarco prestará às autoridades todos os esclarecimentos necessários sobre os pontos levantados pelo Ibama”, concluiu a nota.
Por Léo Rodrigues
Agência Brasil e EcoDebate