22 de junho de 2016

Na última segunda-feira, 20 de junho, no auditório do Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) em Rolim de Moura, Estado de Rondônia, foi realizado o Seminário Regional de Educação do Campo como tema: Projeto de Ensino Médio Com Mediação Tecnologia. O debate é fruto de uma articulação estadual que territorializou as discussões dos Movimento do campo entre eles o MPA, MST, CUT, FETAGRO e Universidade Federal de Rondônia (UNIR) sobre a Educação Do e No Campo.O professor da UNIR, Fernando Bilhalva Vitória, falou sobre as concepções de Educação do Campo em disputa e as contradições do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMMETEC). “Há um distanciamento da universidade da sociedade civil e das organizações sociais, faz falta espaços como esse no âmbito da universidade”.

Fernando ainda traça uma linha do tempo das crises históricas, sociais, do capitalismo e ambientais. O estado vem sendo protagonista na retirada dos direitos do povo. A Democracia hoje é uma mercadoria. A Educação do Campo tem que levar em consideração a materialidade e a imaterialidade, cultura, conhecimento e especificidades. Ele ainda questiona, Qual educação nós precisamos? Que educação e para que sujeito? “Isso reporta ao fato de que a Educação não é neutra, ela é de classes, assim como a sociedade em geral. Não existe essa divisão campo/cidade, uma vez que essas relações são intrínsecas”, afirma o professor.
 
Propostas para outro Modelo de Educação e Experiência
Do Seminário surgiram algumas propostas para a construção de um outro Modelo de Educação e Experiência, neste campo. Sem esquecer que é preciso buscar cada vez mais uma Educação de qualidade e que respeite a identidade dos camponeses.
O Superintendente da Secretaria de Educação de Ji-Paraná, Renato, destaca, “há uma proposta do Estado passar cada vez mais alunos para a rede municipal, isso forçou o município de Ji-Paraná a pensar uma alternativa para manter as escolas do campo”. É necessário que o aluno se torne mais ativo na escola, uma vez que hoje ele é um agente passivo, além de da necessidade de valorizar o envolvimento da família na escola.

O Superintende destaca que foram buscaram conhecimento de boas práticas em outros Estados, como em São Mateus-ES, onde a pedagogia da alternância funciona na rede pública, em alguns municípios já estão implantados a mais de 20 anos, e essa implantação não demanda grandes recursos financeiros, mas principalmente mudanças de paradigmas. Relatando exemplos do que viu e ouviu no Espirito Santo em conversas com os alunos, pais e professores. Da experiência relatada, surgem diversos questionamentos por parte dos presentes, que as medidas do debate buscam ser respondidas.
Vanderlei representante do STTr/Rolim de Moura, destaca a passividade com que o assunto tem sido tratado, “estamos sendo muito passivos, se há o que temos, eu acredito que devemos dizer que não aceitamos esse modelo de ensino [EMMETEC], temos que estar organizados e lutar”. Que ainda lembra a todos que as eleições estão chegando e devemos observar o posicionamento dos candidatos.
Desta atividade os camponeses/as, pais, professores e estudantes conseguiram uma Audiencia Pública para debater o tema, que está agendada para o dia 23 de junho. Também se define os representantes da regional Zona da Mata para participarem da audiência pública e relatar as condições de ensino, porém, uma proposta foi unanime, que seja suspensa as aulas do EMMETEC.
 
Por Comunicação MPA