11 de novembro de 2016
Nesta quinta-feira, 10 de novembro, camponeses e operários debatem sobre a questão dos Alimentos em Tempos de Golpe em Vitória, no Espirito Santo durante Seminário.
Na oportunidade se fizeram presentes camponeses e camponesas do MPA, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins (Sindi Alimentação/CUT), do Sindicato dos Metalúrgicos do Espirito Santo (Sindi Metal/CNM/CUT), da Companhia de Abastecimento e Saneamento Básico (Cesan), da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) do Espirito Santo e Nacional, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e, da Associação dos Servidores da Assistência Técnica e Extensão Rural do Espirito Santo.
O seminário foi realizado no Sindicato dos Metalúrgicos na capital do Estado e entre os objetivos está o fortalecimento da Aliança Camponesa e Operária por meio da Alimentação Saudável, mas em tempos de golpe e constante retirada de direitos, também dá-se na luta por nenhum direito a menos.
O seminário contou com uma análise da conjuntura olhando para questão dos alimentos, o monopólio e sua padronização, o controle dos modos de produção pelo capitalismo e pelas grandes empresas, como esse controle se dá no campo e como deu-se a dependência do Campesinato e das famílias camponeses ao sistema capitalista e do agronegócio, bem como, o processo de manipulação e indução das famílias camponesas em determinado momento da história à aderirem ao sistema de produção de monocultivos.
“Foi realizado todo um resgate, principalmente do Espirito Santo, de como as culturas que há 40 anos traz produziam no Estado em quantidade suficiente para abastecer a demanda do Estado e nos últimos tempos como é que essa demanda de produção aumenta, para mais de 10%. Para citar exemplo, a mandioca produzia cerca de 600 quilos por pessoa e caiu para quase 47 quilos, anuais”, explica o camponês e dirigente do MPA, Leomar Lírio.
Também foi realizado o resgate da queda da produção dos alimentos e em encontra partida disso, como é que aumentou as áreas cultivadas em coco, pimenta do reino, café todos monocultivos, explica Leomar. Essas questões ajudam a compreender como é que chegamos nesta cadeia de produção dos alimentos que conhecemos hoje, envolta na dependência dos camponeses ao mercado, principalmente.
Diante do debate realizado fica a pergunta: Como o campo e as organizações do campo e urbanas por meio dos sindicatos e movimentos organizados na cidade podem agir para mudar essa realidade?
Os camponeses e camponesas do MPA tem desenvolvido ótimas experiências por meio da Aliança Camponesa e Operária. Durante o Seminários também foram apresentadas essas experiências, “iniciadas no Rio Grande do Sul com o Sindicato dos Metalúrgicos, depois a aliança em São Paulo para a construção do I Congresso do MPA e a parceria com a CNM”, explica Leomar.
É importante destacar que o debate do Alimento saudável e da Agroecologia já tem bastante tempo nas instancias do Movimento, porém ganhara forma em 2010 quando o MPA lança a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e depois, em 2011 a Via Campesina e vários outros movimentos e organizações assumiram a Campanha. “A partir do lançamento da Campanha é que as demandas começaram a ser intensificadas na linha agroecológica junto com o debate, pois até então a população queria consumir alimento orgânico, mas sem muito debate político, sem muito questionar as grandes empresas, o mercado dos agrotóxicos a questão de financiamento de campanha pelas empresas de agrotóxicos, então a partir da Campanha Contra os Agrotóxicos começa a debater-se com mais amplitude”, destaca o camponês capixaba. Que ainda complementa, “nós queremos produzir alimentos agroecológicos, mas também precisamos questionar o modelo de produção, existe um modelo em disputa no país, no mundo”.
A partir desse debate o MPA apresentou uma proposta as entidades e organizações presentes, de construir uma relação direta com os trabalhadores urbanos por meio das organizações sindicais, “que é fazer essa alimentação chegar diretamente aos trabalhadores urbanos, em especial os trabalhadores que estão nos bairros, nas periferias, aqueles que estão lá no chão de fábrica, ao invés do alimento orgânico chegar nos bairros nobres daqueles que podem comprar e pagar caro”, esclarece o dirigente do MPA.
Temos ainda um longo caminho a percorrer, pois esse debate precisa ser ampliado dentro das organizações urbanas, colocar para sociedade como ponto de pauta essa questão dos alimentos saudáveis, denunciar o uso abusivo dos agrotóxicos e os perigos que traz a saúde da população, os prejuízos ambientais e ao mesmo tempo como podemos avançar quanto organizações sociais na relação Campo e Cidade.
Por Comunicação MPA
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