11 de março de 2025

Nos dias 8 e 9 de março, o MPA na Bahia participou de quatro ações no estado para marcar a luta das mulheres camponesas.

E a última atividade será no sábado, dia 15, quando haverá uma roda de conversa com o tema “Feminismo Camponês e Popular” na comunidade de Represo, que fica em Brumado, com participação especial do CRAS para falar sobre a “saúde da mulher”.

A primeira atividade foi uma plenária das mulheres em Senhor do Bonfim, organizada pelas mulheres dos movimentos sociais da região com a participação de nove municípios. Foi um dia de atividade das 8h30 até 16h30, com plenária e caminhada nas ruas e com panfletagem na feira livre.

A plenária intitulada “mãos que cultivam e alimentam” foi um dia histórico, na qual as mulheres colocaram em pauta e em evidências as mazelas estruturais que vivem sobre o patriarcado, o racismo, a LGBTfobia e o capitalismo.

A plenária foi organizada pelas mulheres dos movimentos sociais camponeses de nove municípios da região, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo Movimento dos(as) Pequenos(as) Agricultores(as), CETA, Fundo e Fecho de Pasto, CACTUS, MAM e COMTRAFP.

A plenária denunciou que as mulheres representam 40% do trabalho agrícola, mas são a maior parte da população com fome no Brasil, segundo dados de audiência pública no Rio de Janeiro, em agosto de 2024.

Neste sentido, faz se necessário pautar mudanças estruturais nas condições das mulheres camponesas que além de invisibilizadas no trabalho agrícola, também sofrem as demais violências de gênero que atingem a todas de modo em geral.

A atividade trouxe a importância da luta por direitos através de políticas públicas, que garantam condições econômicas dignas; mudanças na cultura machista, que tenta limitar o horizonte das mulheres no dia a dia; combate a violências que tira o direito de viver; e a fome que violenta e pauperiza suas vidas.

Houve ainda um Café Quilombola das mulheres em Caém-BA e a oficialização da Associação Três Territórios. De 8 da manhã até 21 horas, foi realizada a “Marchas da Mulheres guardiãs da EFASE Mulheres Cantadeiras e Plantadeiras de Saberes: atravessar os corpos e territórios cantado e plantado, no enfrentamento do colonialismo, ao racismo, ao patriarcado e a xenofobia”. Este evento encerrou com uma noite cultural.

Já na manhã do dia 9, domingo, houve reunião de avaliação e encaminhamentos, organizada pela Escola Família Agrícola do Sertão. O MPA participou com mulheres do município de Cansanção, da Comunidade de Capoeiras e região.