11 de janeiro de 2025

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou neste sábado (11) que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar o ataque ao acampamento Olga Benário, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. O assentamento Olga Benário é regularizado para o MST pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há 20 anos, onde vivem legalmente cerca de 45 famílias vivem na área.

O ofício foi assinado pelo ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto. No documento, o secretário-executivo da pasta cita um artigo da Lei n° 10.446, de 8 de maio de 2002, que fala sobre crimes relativos à violação de direitos humanos.

De acordo com o ministério, uma equipe da PF foi enviada ao local. Segundo relativos à violação de direitos humanos. De acordo com o ministério, uma equipe da PF foi enviada ao local. Segundo a pasta, o grupo conta com agentes, perito e papiloscopista.

Mais cedo, a Presidência da República divulgou nota sobre o atentado. O órgão cita que o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, considera o crime “bárbaro” e que pediu providências e punição aos envolvidos pelo secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e a Gilberto Kassab, Secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado.

O MDA repudia o crime e manifesta solidariedade e apoio aos assentados da reforma agrária, especialmente às famílias das vítimas.

NOTA DE APOIO  DO MPA AO MST

O Movimento dos Pequenos Agricultores vem por meio desta prestar solidariedade às famílias e vítimas do crime hediondo que acometeu o assentamento Olga Benário, em Tremembé – SP, na noite de sexta, 10 de janeiro.

Homens armados invadiram o assentamento com carros e motos e atiraram contra os assentados, em grupos onde haviam idosos, mulheres e crianças. Oito pessoas foram atingidas pelos tiros, com TRÊS vítimas fatais: Valdir do Nascimento (Valdirzão), Denis Carvalho, de 29 anos, e Gleison Barbosa, jovem assentado e neto do assentado Carlão. Denis era irmão de Gleison, deixando uma profunda perda aos familiares e amigos. Os outros seis companheiros seguem internados em estado grave.

Essa tentativa de massacre contra camponeses nos causa extrema indignação. Valdirzão era um militante histórico do MST, conhecido e respeitado por todos enquanto guardião de sementes, e Gleison era um jovem assentado que lutava pelo direito de permanecer no campo. Ataques como esse são pensados e organizados por grupos que visam destruir a organização camponesa e seus territórios por meio da morte e da violência brutal, que no Estado de São Paulo encontram respaldo na figura do governador Tarcísio de Freitas, publicamente inimigo das organizações populares e camponesas, e dos seus aliados políticos.

Nesse momento de extrema dor, nos somamos às muitas vozes que exigem justiça e reparação às vítimas e seus familiares. Não é um caso isolado, não é um caso qualquer, é parte de um projeto cruel que visa acabar com a vida de quem vive no campo. Também nos somamos na divulgação da vaquinha solidária que os assentados fazem para o velório de seus companheiros. Doações podem ser feitas para o Pix 12992358061, em nome de Amanda Souza de Jesus.

Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, e sim toda uma vida de luta!