22 de abril de 2024
Vani Souza e Gabriel Coelho
Comunicação MPA Brasil
Militantes do Movimento dos Pequenos e das Pequenas Agricultoras, MPA, estão em intercâmbio em comunidades camponesas em Moçambique, no continente africano, com objetivo de fortalecer o campesinato entre os países. O processo de intercambio acontece desde o ano retrasado em um processo de realização de visitas e oficinas com práticas agroecológicas e construção de conhecimento acerca da soberania alimentar e o feminismo camponês e popular.
No ano passado, um grupo de agricultores moçambicanos vieram ao Brasil conhecer experiências de beneficiamento de alimentos. Durante a visita ao Brasil, camponeses moçambicanos puderem conhecer experiências de alguns estados onde o MPA tem atuação, como Bahia, Alagoas e Espírito Santo. Esse processo é fruto de um projeto que está acontecendo em 33 países acompanhados pela OXFAM, dentre esses a OXFAM Brasil junto a OXFAM Moçambique propuseram o intercâmbio para aprimorar as ações do projeto Enabling Pro Poor Value Chain – PVP.
Líria Aquino, camponesa, quilombola, liderança da Comunidade Quilombola de Portes, em São João da Varjota, semiárido piauiense, e dirigente do MPA no Piauí, integra o grupo de militantes que estão em Moçambique e pode contar pra gente em entrevista, como tem sido essa experiência que tem duração de 3 meses. Líria está no Moçambique desde 29 de marco e, junto aos demais militantes do MPA, está participando e contribuindo em diversas atividades que acontece nas comunidades onde estão. Durante uma conversa entre Líria e o coletivo de comunicação do estado, a dirigente contou um pouco sobre o processo do intercâmbio.
A questão cultural e costumes locais são aspectos importantes para o fortalecimento das ações do povo moçambicano, como bem destaca Líria: “Aqui na África tem várias culturas que facilmente é associada com alguns costumes da minha comunidade como danças, crenças, no entanto, na alimentação há uma diferença, pois, a principal base da alimentação aqui nas comunidades de Alto Molocue é milho, enquanto no Brasil é mais feijão e arroz”. Líriaa destaca as principais diferenças entre a vida em Moçambique e a vida no Brasil. “O Brasil tem um enorme destaque quando se trata de processamento de alimentos, a saúde pública, acesso a moradia”.
Liría conta como são as atividades e o que tem aprendido durante esse intercambio. “Esse intercâmbio se dividiu em etapas, hoje estamos vivendo a terceira fase deste intercâmbio entre o Brasil e Moçambique em torno do projeto PVP, nesta fase atual nós trouxemos algumas experiências de processamentos de alimentos que existe maior produção como a mandioca, milho, banana, cebola e tomate. Apesar de ser um país de muita riqueza é um país cheio de oportunistas que pegam as riquezas daqui a custo zero enquanto muita gente passa fome aqui”.
Perguntado quais são as maiores lições que tem aprendido durante o seu intercâmbio na África e que experiência em particular a chama mais atenção Líria diz que “aqui está afetado pelas mudanças climáticas e isso tem afetado muito a vida das pessoas, houve muitas enchentes de Maputo (capital do Moçambique), muitas pessoas foram afetadas. Devemos estar sempre abertos às informações e ao contato direto com pessoas que conhecem a realidade concreta de vida, pois a mídia só mostra a parte ruim da história, aqui na África há sofrimento e fome mais aí no Brasil também há se não conseguimos ajudar aqui na África que é longe vamos ajudar aí no Brasil, mais quero deixar muito transparente que com o pouco que tem as pessoas aqui são muito acolhedoras, animadas e felizes então valoriza o que tem”.
Perguntada como tem lidado com os desafios culturais ou de comunicação durante o seu intercâmbio, Líria diz que “este intercâmbio ao início foi pensado exatamente pelo fato de que esses dois países falam o mesmo idioma, o português, estou de forma pessoal muito feliz, pois estou conhecendo as minhas raízes afinal meus ancestrais são africanos”.
As relações entre o MPA Brasil e organizações moçambicanas afirmam a solidariedade do campesinato no mundo e fortalece a produção de alimentos a partir da socialização dos saberes e partilha nas experiências de cada país. Líria é uma mulher quilombola e vive na região semiárida do nordeste brasileiro, enfrenta diariamente os estigmas de um país acarretado das violações de direitos.
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