30 de agosto de 2016
“Trata-se de um golpe parlamentar que busca mudar o resultado do processo eleitoral.
Ex-ministro do Trabalho e Previdência Social no governo de Dilma Rousseff, Miguel Rossetto esteve na tarde deste domingo (28/08) no Acampamento Nacional Em Defesa Democracia e dos Direitos, em Brasília, e falou sobre o momento político do país, destacando os interesses do governo interino sobre a desnacionalização das riquezas do país e retirada de direitos.
“Trata-se de um golpe parlamentar que busca mudar o resultado do processo eleitoral, de uma escolha do povo brasileiro. Um golpe que é um grande instrumento de um programa regressivo, um programa ultraliberal, um programa político reacionário, do ponto de vista dos valores”, afirma Rossetto.
Nesta entrevista à Frente Brasil Popular, o Ex-ministro falou também da proposta de reforma da previdência apresentada por Michel Temer que pretende equiparar a idade de aposentadoria entre homens, mulheres e trabalhadores do campo e da cidade e elevar a idade mínima para aposentadoria aos 70 anos. “Uma reforma da Previdência que busca isoladamente adotar como critério a idade de 65 a 70 anos significa condenar milhões de brasileiros a trabalhar e não se aposentar nunca”.
Confira a entrevista:
Como você lê esse momento fora do tempo que está acontecendo no Brasil?
É um momento de enorme gravidade política, estamos vivendo uma das maiores crises políticas de nosso país, há uma maioria parlamentar que representa uma elite política e econômica do nosso país que busca a partir de amanhã consolidar um golpe político, rasgar a constituição, desrespeitar 54 milhões de votos. Trata-se de um golpe parlamentar que busca mudar o resultado do processo eleitoral, de uma escolha do povo brasileiro. Um golpe que é um grande instrumento de um programa regressivo, um programa ultraliberal, um programa político reacionário, do ponto de vista dos valores. Seguimos resistindo, lutando, é um momento de não aceitar essa postura, essa usurpação do voto popular.
A presidente Dilma vai nesta segunda (29/09) nos representar no Senado, vai falar a partir da imensa maioria que rejeita o Golpe, que diz Fora Temer, esse impostor. Portanto, é hora de seguir com a resistência, que a consciência democrática amanhã se faça presente e nós vamos lutar, como nossos companheiros, senadores e senadoras lutam e lutam muito no Senado.
Nos governos Lula e Dilma você esteve à frente do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, como vê esse desmonte, esse encerramento do Ministério?
O encerramento do MDA, Previdência, da Cultura e tantos outros mostram uma reorganização do governo, do estado brasileiro, quando um governo acaba com ministérios ele acaba com políticas públicas. Acabar com o MDA significa acabar com as políticas públicas aos agricultores familiares, à reforma agrária, à agricultura familiar, aos pequenos pescadores, a esses milhões de brasileiros que estão no meio rural produzindo e produzindo muito para o nosso país. Acabar com o MDA, portanto, significa acabar com as políticas públicas de apoio a esses brasileiros, agricultores, produtores e significa um ato de concentração da propriedade da produção de nosso país, o que é absolutamente lamentável. Lutar por recuperar o MDA voltado aos agricultores familiares, à reforma agrária, aos pescadores deste país, assim como lutamos pela volta do Ministério da Cultura é assegurar direitos fundamentais do nosso povo.
O Temer, este impostor, representa isso, uma tentativa de rasgar a Constituição de 88, não só naquilo que ela tem de democrático, mas naquilo que ela tem de conquista social do nosso povo, como é o tema da previdência, do acesso à cultura, da agricultura familiar. O Golpe é isso, um instrumento de ataque ao povo brasileiro e instrumento de desnacionalização das riquezas do nosso país.
E qual sua avaliação desta reforma da previdência apontada por Michel Temer?
Uma reforma da Previdência que busca isoladamente adotar como critério a idade de 65 a 70 anos significa condenar milhões de brasileiros a trabalhar e não se aposentar nunca. O mercado de trabalho de nosso país é muito diferente, nós temos brasileiros, especialmente os mais pobres, que começam a trabalhar aos 16 anos e outros aos 30 anos, portanto é muito diferente de outros países, é muito desigual nosso mercado de trabalho porque reflete a desigualdade da sociedade brasileira, por isso é muito importante preservar o critério tempo de contribuição de trabalho com idade. Nós temos regiões inteiras, especialmente o Nordeste e o Norte, que a idade média de vida de um homem é de 66 anos, nós não podemos não reconhecer a desigualdade que existe entre homens e mulheres, nem a desigualdade entre agricultores e trabalhadores urbanos, portanto isso não é uma reforma da previdência. É sempre necessário atualizar a previdência preservando os direitos para assegurar uma previdência sustentável garantidora dos direitos, o que essa turma de golpista quer fazer é tão somente uma reforma fiscal, é deixar de investir recursos nas áreas da previdência, da saúde, da educação e liberar renda pública para os banqueiros, para a usura, para o sistema financeiro do nosso país. Volto a insistir, isto não é uma reforma da previdência, isso é uma reforma fiscal que busca retirar recursos públicos, que asseguram direitos ao povo brasileiro, e assegurar estes recursos aos banqueiros e rentistas, que hoje lucram com essa taxa de juros escandalosa de nosso país, por isso essa reforma tem que ser condenada.
Por Bruno Pilon e Flávia Quirino – Comunicação da FBP
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |