14 de março de 2022
Elis Bartonelli
MPA RJ | Rio de Janeiro (RJ)
Alimentação saudável, política e cultura são elementos que andam de mãos dadas. O Raízes do Brasil, espaço do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) que fica em Santa Teresa, na região do Centro do Rio de Janeiro, reabriu as portas no sábado, dia 12 de março, para receber o público com seu tradicional café da manhã camponês. No buffet, sucos, chá, frutas, pães, bolos, geleia, mel e queijos – tudo preparado a partir dos alimentos cultivados pelas famílias camponesas do MPA.
A reabertura da casa aconteceu um dia antes de se completarem dois anos do seu fechamento, que aconteceu por conta da pandemia do novo coronavírus. Emocionado, Beto Palmeira, coordenador do Raízes do Brasil, celebrou o novo momento e reforçou o compromisso político do lugar:
“Aqui é um espaço de resistência. E esse é um ano decisivo para tirar o governo fascista que está acabando com a natureza e com os povos indígenas”, afirmou.
Inaugurado em 2017, o Raízes do Brasil tem a proposta de criar uma aliança entre a classe trabalhadora urbana e o campo. É no espaço que funciona um Centro de Abastecimento Alimentar Popular, onde acontece o armazenamento, a organização e a distribuição da Cesta Camponesa.
“Queremos fazer um debate sobre a Soberania Alimentar. Um projeto como esse tem muitos atravessamentos. Queremos que a agroecologia seja o principal modelo de produção do país. É produzir alimentos sem agrotóxico em larga escala, preservando o meio ambiente. Isso passa pelo fim do latifúndio e do agronegócio, pela preservação dos povos originários e dos saberes do campo”, explica Cristina Flores, da Direção Estadual do MPA/RJ.
A equipe do Raízes do Brasil pode matar a saudade de antigos frequentadores do lugar e receber novos apoiadores. A fisioterapeuta Tatiana dos Santos, de 39 anos, e o estudante Marcelo Campos, de 38, conheceram o projeto no início da pandemia e aproveitaram para conhecer a casa presencialmente no sábado.
“A proposta de comer de modo saudável é um ato político. É fundamental desenvolver essa conscientização, essa ideia de unir os consumidores ao pequeno produtor, resgatar o valor do alimento livre de agrotóxico e combater o processo de destruição da natureza e da precarização do trabalho. O MPA consegue fundir isso”, avalia Marcelo.
“Estar aqui me deixa inspirada. O aspecto visual dos alimentos é muito diferente e o sabor é outro. Somos de Juiz de Fora e estamos pensando em levar o MPA para lá”, conta Tatiana
Enquanto isso, apoiadores fiéis comemoraram o retorno ao espaço. A consultora ambiental Ariane Brunhara, de 38 anos, se emocionou ao voltar à casa que ela ajudou a estruturar:
“Já era apoiadora do movimento e ajudei a organizar as cestas e o espaço em 2017. É um espaço de resistência da cultura do campo dentro da cidade. O que comemos influencia na sociedade como um todo é por isso que o Raízes do Brasil é tão importante para passar essa proposta para frente”.
Luiz Fernando Tura, de 79 anos, é médico e professor universitário. Desde 2017, ele e a família participam dos atos de solidariedade, shows e do café da manhã camponês. Agroecologia e saúde, para ele, estão intimamente ligadas com as questões sociais.
“Estamos vendo hoje o impacto dos aditivos na saúde. Quando o alimento não era contaminado ainda, não tínhamos a prevalência de determinadas doenças. Além disso, as grandes plantações que usam veneno impactam no modo de trabalho e no modo de vida dos trabalhadores do campo, que foram expulsos da terra pelas grandes plantações”, lembra ele.
A manhã do sábado foi marcada também pela presença do violeiro Bruno Reis, que se apresentava no Raízes do Brasil antes da pandemia. Ele mostrou algumas de suas composições e ressaltou a importância da cultura camponesa:
“A viola é um instrumento que foi deixado nas periferias após a Proclamação da República. E foi mantida pelos camponeses. O Raízes é um espaço que faz a ligação da cultura do campo com a cidade”.
O café da manhã camponês é oferecido aos sábados em duas faixas de horário – das 9 às 11 e das 11 às 13h, com agendamento prévio para evitar aglomeração. Para entrar é necessário apresentar o comprovante de vacinação das duas doses de vacina ou primeira dose, no caso de crianças. Ao se servir e circular dentro do espaço será obrigatório o uso de máscara. O valor por pessoa é R$55 e R$30 para crianças de 5 a 11 anos.
No Raízes do Brasil também é possível comprar os alimentos oferecidos no buffet e no site da Cesta Camponesa. A Feira Camponesa acontece toda quarta e todo sábado das 9 ao meio-dia. O Raízes do Brasil fica na Rua Áurea, 80 em Santa Teresa.
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