12 de julho de 2016

Mais de mil agricultores e agricultoras organizados em diversas entidades de todo o Espírito Santo, iniciam na manhã de ontem (11) um acampamento permanente na cidade de Colatina, noroeste do estado. O Acampamento é motivado pelo descaso do governo perante a situação dos agricultores que enfrentam uma das maiores secas registradas no estado, que compromete cerca de 70% de toda a produção estimada para o ano de 2016 e que certamente deixará um rastro de perdas significativas na produção agrícola para o ano de 2017.

“No ponto de vista hídrico chegamos ao caos total da agricultura, grande parcela das famílias já não dispõe de água para irrigação, as perdas nos cultivos chegam a ultrapassar 70%, e não existem possibilidades de as famílias de agricultores e de camponeses honrar com os compromissos firmados com bancos ao contratar o financiamento agrícola da safra 2015/2016. As medidas apresentadas pelo governo e pelos bancos não resolvem os problemas causados pela seca de forma alguma”, afirma Valmir José (direção do Movimento dos Pequenos Agricultores). Valmir conclui que já existem vários casos de famílias que para conseguir água para consumo dependem de caminhões pipa, pois em suas propriedades não há mais água.

O acampamento teve inicio com um ato unitário de defesa ao Rio Doce em uma de suas margens e seguindo em denúncia pelas ruas da cidade chamando atenção da população ao crime e a omissão dos agentes públicos na punição dos responsáveis e a insegurança que vivem as comunidades impactadas.

Mais de quinze organizações integram o acampamento estadual em Colatina. Os camponeses e camponesas pretendem continuar acampados até quando o governo anunciar medidas que solucionem o impasse do endividamento. A pauta popular está alicerçada em bases primordiais; Anistia das dívidas contraídas pelos pequenos agricultores; Crédito emergência subsidiado e; Implementação urgente do programa estadual de recomposição florestal.

Por Comunicação do Acampamento Unitário