12 de janeiro de 2022
Pandemia e aumento do valor dos insumos seriam os principais fatores para subida de 28% nos preços, indica FAO
Michele de Mello e Thales Schmidt
Edição: Arturo Hartmann
Brasil de Fato | São Paulo (SP)
A Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) das Nações Unidas divulgou estudo neste início de ano em que revela que o preço médio dos alimentos em 2021 foi o maior dos últimos 10 anos. O Índice de Preços de Alimentos da FAO foi 28,1% superior a 2020.
O índice acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais de commodities de cinco produtos: cereais (arroz, milho, trigo e outros), óleos vegetais (soja, canola, girassol e outros), produtos lácteos (leite em pó, queijo, manteiga), carnes (bovina, frango, suína, ovina) e açúcar.
“Embora se espere que os preços normalmente altos deem lugar ao aumento da produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de mercado mais estáveis, mesmo em 2022”, afirma o economista da FAO Abdolreza Abbassian.
Os cereais tiveram o aumento mais expressivo. Devido à seca no Brasil, o preço do milho subiu 44,1% em 2021, enquanto o preço do trigo avançou 31,3%. Já os óleos vegetais ficaram até 65,8% mais caros no último ano. O índice que acompanha os preços das carnes teve um aumento de 12,7% em 2021 na comparação com 2020.
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, destaca que as flutuações nos preços dos alimentos são rotineiras e resultado de um modelo agrícola baseado no lucro e no “elevado uso de insumos, comprados dos oligopólios, alta produtividade e monocultivo, com uma economia baseada no lucro que considera alimento como commodity, em português, mercadoria.”
“A variação de preços desses produtos segue o ‘mercado’, que é umbilicalmente vinculado ao modelo agrícola. Embora haja fatores conjunturais influindo na variação de preços, como variações climáticas que afetam a produtividade das lavouras ou a variação da demanda de grandes importadores como China e outros países asiáticos, a variação de preços segue, estruturalmente, a especulação financeira e os ganhos dos grandes oligopólios do chamado ‘Agronegócio'”, diz o pesquisador ao Brasil de Fato.
A pandemia também marcou um agravamento dramático da fome no mundo. De acordo com a ONU, 811 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo.
Na América Latina e Caribe, a insegurança alimentar é realidade para 9,1% da população — o índice mais alto dos últimos 15 anos. Somente no Brasil, o maior produtor de alimentos do mundo, 116,8 milhões de pessoas não conseguem realizar três refeições ao dia.
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