15 de novembro de 2016
No sábado 12 de novembro, camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizaram o lançamento do livro “A Diversidade produtiva das Mulheres do MPA” na Universidade Federal do ABC (UFABC) em São Bernardo do Campo, São Paulo, durante a 5º etapa do Curso de Realidades Brasileiras (CRB). Na oportunidade estiveram presentes, camponeses e camponesas do MPA, representantes de Movimentos Sociais e Sindicais, professores e estudantes, da graduação até o doutorado.
Para Josineide Costa, uma das organizadoras do livro, “foi de grande importância lançar o livro durante o CRB na Universidade do ABC, que é uma das poucas universidades que tem um debate mais à esquerda, sobre os direitos, da juventude, das mulheres, enfim, de uma sociedade diferente do que pensam as outras Universidades”.
Na oportunidade também debateu-se sobre, “a construção que vem fazendo as camponesas do MPA, o que temos de horizonte, o que é o Plano Camponês o que é o Campesinato, porque defendemos a Agroecologia, o porque de não consumir agrotóxicos, as sementes transgênicas, a educação, o Gênero e Juventude, fizemos um apanhado que geraram várias perguntas”, relata Josineide que também é dirigente do MPA, questões estas que perpassam as páginas do livro.
Segundo ela, “foi um momento de mostrar qual a cara do MPA, o porquê defendemos e construímos o Plano Camponês, que uma construção de vida onde se aglomera muitas outras coisas para além de plantar comida saudável e de alimentar”.
A forma como a obra foi construída, pelas mãos das mulheres camponesas, chamou a atenção dos presentes, assim como, o que os camponeses e camponesas do MPA fazem na produção, na educação, do porquê debater gênero, o porquê de ser um movimento organizado pelas famílias no campo, assim como o debate de Gênero, Patriarcado e o Feminismo Camponês e Popular. Isso segundo a dirigente do MPA, “faz com que os homens, mulheres e toda a juventude, todos os gêneros dentro da organização, compreendam porque é que as mulheres têm que ter seus espaços, a sua liberdade e todo protagonismo da história que as mulheres construíram ao longo de toda uma vida, de nossa sociedade, não só no Brasil, mas em todo o mundo”.
O livro que nasce da necessidade de organizar e visibilizar o trabalho das mulheres do MPA, também especifica como é que o Capitalismo atinge o campo, como ele é caracterizado neste espaço. Para os camponeses e camponesas do MPA o Capitalismo no campo é caracteriza pelo Agronegócio, explica Josineide.
Ainda durante o lançamento do livro, debateu-se sobre “quais são as políticas públicas que contribuem para a nossa produção e comercialização, tanto das famílias no campo, como das mulheres e a autonomia que as elas conquistaram há muito tempo, e nesses últimos anos, de poder ir à feira e vender o que ela produz e comprar o que ela quer com seu próprio dinheiro, sem ter que depender de seu companheiro, do seu pai, de um homem, e sim, as mulheres construindo e sendo protagonistas de sua história”, explica a camponesa.
Ao termino do lançamento foram distribuímos livros para todos, “contamos quem somos, porque somos e o que queremos tanto na história do MPA Nacional, como foi constituído nosso coletivo de Gênero que foi desde 2003 e o que conseguimos fazer até o ano de 2016, que foram muitas coisas”, finaliza a dirigente do MPA.
Sobre o livro “A Diversidade Produtiva das Mulheres do MPA”
O livro foi escrito por diversas mão, que relatam sobre diferentes experiências produtivas das mulheres camponesas organizadas no movimento em diferentes regiões do país, ilustrando o processo de resistência. Ele busca fortalecer a organização produtiva de mulheres no campo, por meio das capacitações em comercialização, processamento, gestão da produção familiar e a inclusão das mulheres nos processos de desenvolvimento.
A obra está organizada em três partes: A trajetória histórica das mulheres no MPA e sua participação na construção do Plano Camponês; As mãos das mulheres na construção do Plano Camponês; e, As camponesas e suas reflexões. Cada uma delas foi apresentada durante o lançamento, encantando os presentes com a riqueza do conteúdo e também da diversidade, revelados pelo desafio que as mulheres camponesas do MPA assumiram em ‘por no papel’ e escrever elas mesmas suas experiências.
Em seu conjunto e na diversidade de questões que traz à tona, o livro mostra um painel amplo das condições de vida e resistência de grupos de mulheres que procuram questionar um cotidiano herdado e reconstruí-lo em bases novas. Tratando-se, antes de mais nada, de um enorme esforço de valorização do papel das mulheres e de um projeto político, quer no espaço produtivo, quer nas atividades organizativas e políticas, mostrando o protagonismo que vem se constituindo em torno das lutas por afirmação de identidade e de direitos.
Por Comunicação MPA
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