5 de dezembro de 2023
Comunicação MPA Brasil
Hoje, 5 de dezembro, iniciou o terceiro dia da 8ª Conferência Internacional da Via Campesina, que acontece em Bogotá, na Colômbia. Esta edição tem como tema ‘Frente às crises globais construímos Soberania Alimentar para assegurar o futuro da humanidade’. Durante esta semana mais de 500 camponeses e camponesas de 81 países, representando 181 organizações campesinas do mundo reúnem-se para celebrar os 30 anos d’La Via Campesina. O encontro afirma o papel do campesinato na garantia da soberania alimentar e de como o capitalismo, o imperialismo, o racismo e o patriarcado estruturam um sistema responsável pela fome, destruição da natureza, aprofundamento das desigualdades sociais e econômicas, pela violência contra as mulheres e expropriação dos territórios camponeses no mundo todo.
“A Soberania Alimentar choca diretamente com o modelo dominante implementado no século 20, a Revolução Verde, na qual se introduziu o uso mássico de agrotóxicos no sistema de produção, provocando uma destruição de terras férteis, envenenamento de alimentos e trabalhadores, e uma dependência econômica do campesinato com as grandes empresas transnacionais distribuidoras dos pesticidas e fertilizantes. Porém, este modelo capitalista não resolveu o problema da fome e é responsável pela crise climática que cada vez mais se agrava em nossos territórios”, apontou-se durante uma das plenárias da 8ª Conferência.
Durante os dias 1 e 2 de dezembro, aconteceu a V Assembleia da Juventude e a VI Assembleia das Mulheres d’La Via Campesina. As assembleias reafirmaram o papel da juventude na continuidade da luta pela soberania alimentar e o enfrentamento às mudanças climáticas e o papel histórico das mulheres camponesas na construção da LVC e do Feminismo Camponês e Popular como estratégia fundamental para a conquista de territórios camponeses e de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de opressões e violências.
Pela primeira vez, em espaço de decisão internacional como a Conferência, aconteceu um momento de discussão de homens e das diversidades sexuais e de gênero. Assim, a LVC também afirma a necessidade de avançarmos de forma rápida a superação de opressões e violências que não agregam para a construção da soberania alimentar, da agroecologia e de um mundo novo.
Durante o primeiro dia oficial da Conferência, que ocorreu domingo, 3 de dezembro, os camponeses e camponesas fizeram debates e reflexões de temas bastantes relevantes que subsidiarão o evento durantes todos os dias: o legado histórico dos 30 anos da LVC, contexto internacional – com especial atenção à Palestina, da Colômbia e a Soberania Alimentar.
“O mundo vive crises que são consequências diretas deste modelo destruidor que é o sistema capitalista e a emergência climática é resultado do avanço do agronegócio e das corporações multinacionais que buscam explorar e expropriar a terra e os territórios campesinos para seguir acumulando riquezas; o genocídio contra o povo palestino, assim como a fome que assola o mundo são resultados da gana do imperialismo sobre a nossos corpos e territórios”, afirma Saiane Santos, da direção nacional do MPA e uma das delegadas da Conferência.
La Via Campesina vem, nestes 30 anos, denunciando o capitalismo e o imperialismo e alertando para o aprofundamento das crises climáticas, assim como apresenta a mais de 25 anos a Soberania alimentar como caminho alternativo para enfrentar estas crises. A LVC afirma que a Soberania Alimentar é o direito dos povos a definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos, que garantam o direito à alimentação a toda a população, com base na pequena e média produção, respeitando suas próprias culturas e a diversidade dos modos camponeses de produção, de comercialização e de gestão, nos quais as mulheres desempenham um papel fundamental. Soberania Alimentar é o direito que os povos têm a produzir seus próprios alimentos. A Soberania Alimentar é a base das lutas camponesas no mundo e a terra e o território são centrais para garantia de soberania dos povos no mundo.
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