26 de janeiro de 2022
Mateus Quevedo
MPA Brasil | Salvador (BA)
A Eletrobrás, estatal de energia, é a principal empresa do ramo elétrico do país. Ela quem garante, de forma estratégica, que a energia elétrica chegue em cada rincão do Brasil. No último balanço financeiro, realizado com dados do terceiro trimestre do ano passado, ela registrou um lucro líquido de R$ 965 milhões, mesmo oferecendo o serviço mais barato para seus consumidores. Por esse motivo, tem sido um dos alvos principais do plano de privatização do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Desde o início do ano trabalhadores e trabalhadoras que atuam na holding (a administradora em que a Eletrobrás é a acionaria principal) até as suas subsidiárias (Eletrobras Amazonas GT, Eletrobras CGT Eletrosul, Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletronuclear e Eletrobras Furnas) têm denunciado veementemente o processo equivocado de sua privatização.
A campanha Salve a Energia, organizada por diversas organizações, tem denunciado que “o governo acelera os processos e atropela todas as instâncias de fiscalização e controle para entregar a empresa o mais rápido possível ao mercado especulativo”. No ano passado o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi autor da Medida Provisória 1031/21, aprovada no Congresso, que dispõe da desestatização da empresa. Uma afronta à soberania nacional do Brasil, uma vez que possibilita que empresas estrangeiras, inclusive estatais, abocanhem-na.
O último golpe do presidente da Eletrobrás, Rodrigo Limp, indicado por Bolsonaro, foi retirar o atendimento à saúde dos funcionários. Isto tudo no momento em que a covid voltou a atingir altos índices de contaminação. Todas estas medidas culminaram no anúncio de greve dos eletricitários e eletricitárias. A partir de 17 de janeiro a categoria anunciou greve em Furnas, CEPEL e Eletrobras e desde ontem, 24, o movimento foi seguido pelas demais empresas do grupo: CGTEletrosul, Chesf e Eletronorte.
Para entender melhor a situação, entrevistamos Tiago Bitencourt Vergara, do Coletivo Nacional dos Eletricitários para entender melhor a situação. Acompanhe na íntegra:
Pergunta: Tiago, há um avanço rápido do processo de privatização da Eletrobrás e também da precarização e desmonte de direitos dos trabalhadores do setor elétrico. Como os eletricitários tem se posicionado diante disto?
Resposta: Os trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobrás que compreende desde a holding até as subsidiárias tem resistido desde 2016 ao processo de privatização com diversas ações parlamento judiciário e também junto à população. Temos hoje a campanha Salve Energia que procura de forma direta com a população brasileira sobre a importância da Eletrobrás pública para o nosso país. Entendemos que é possível resistir a privatização da Eletrobrás, da empresa, nesta reta final a partir das denúncias das irregularidades no processo tanto quanto junto ao TCU quanto ao Sistema Judiciário. Também estamos denunciando junto aos parlamentares e população sobre o equívoco e desmandes do processo de privatização da Eletrobrás como aumento da conta de luz, precarização dos serviços e possibilidades reais de apagões.
P: A Eletrobrás é um setor estratégico para nossa Soberania Nacional. Quais os principais pontos que a população deve entender para tomar mais consciência de sua importância?
R: A Eletrobrás é extremamente estratégica para a Soberania Nacional. O povo deter o controle da geração e transmissão da sua energia elétrica é extremamente importante pro desenvolvendo da economia, pra geração de emprego e renda do país. Além do mais a Eletrobrás pratica hoje a menor taxa de energia elétrica do mercado, então extremamente importante manter a Eletrobrás publica pra que a conta de luz seja o mais baixo possível. O processo de privatização da Eletrobrás aumenta a conta de luz precariza o serviço, e também faça que exista a possibilidade de apagões. Então é extremamente importante que a Eletrobrás permaneça pública pro Brasil.
P: O que é possível fazer para ajudar nesta luta que é de todos e todas brasileiras?
R: Pra ajudarmos pra manter a Eletrobrás pública é necessário que as pessoas se conscientizem da sua importância, pra isso nós temos o site do Salve a Energia. onde todos e todas beber de informações uteis e fidedignas sobre a Eletrobrás, é possível também participar dos tuitaços entendendo as denúncias do processo de privatização da Eletrobrás, falar com os parlamentares, falar com os vizinhos, falar com todo mundo que mantenhamos a Eletrobrás pública.
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