16 de agosto de 2016

Milagro Sala é uma dirigente social da província de Jujuy, no noroeste da Argentina. Líder da organização Tupac Amaru e representante eleita por voto popular para o Parlasul, durante sete meses, tem sido mantida pressa por ordem direta do poder político na Argentina. Desde sexta-feira 12 de agosto, Milagro está em greve de fome, como medida de protesto contra as condições desumanas de detenção e punição arbitrária, e por último, um confinamento solitário imposto às ordens diretas do poder político.

Não havia passado se quer um mês, quando o governador da Província de Jujuy, Gerardo Morales, com o apoio do presidente Mauricio Macri, começou a perseguição. De acordo com os novos tempos, primeiros os meios privados de comunicação ditaram a sentença. Logo, em 16 de janeiro de 2016, o Poder Judiciário passou a manter pressa.

A única razão dada na ordem judicial: liderar um acampamento totalmente pacífica em frente ao Governador da Província, para protestar contra os cortes nos programas sociais por parte do novo governo de “Change”. Poucos dias antes, o poder político havia assegurado o controle seguro do Superior Tribunal de Jujuy ampliando o número de 9 a 12 e cobrindo essas posições com três homens governador Morales.

Depois foram acrescentando cargos que, apesar da propaganda, não pôdem ser provados. No entanto, Milagro continua presa, como 10 outros membros da organização social.

Mas o presidente Macri diz que está preocupado com a separação de poderes e direitos humanos … em outros países (e desde que não sejam fiéis aliados dos EUA, como o México, Honduras e Colômbia, casos em que “não lhe constam” os assassinatos e desaparecimentos de lutadores e lutadoras sociais e jornalistas, embora façam por centenas ou milhares).

Diferentes Pólos de Justiça

Sua prisão é parte de um contexto de redistribuição brutal de renda em favor do 1% mais rico e ofensiva geral contra as organizações populares na Argentina, realizada por um bloqueio formado pelos setores mais conservadores do poder econômico, político. Midiático e judicial.

Enquanto o sistema judicial mantém Milagro na cadeia e persegue com espetacularização as Mães da Plaza de Mayo, por outro lado, mantem em prisão domiciliar a representantes de graves crimes da ditadura. Assim como, exigem de seus editores e operações de mídia, como La Nación e Clarín, cujo envolvimento com ditaduras esconde sua preocupação com a democracia, direitos humanos e liberdade de expressão.

O governo, a começar pelo presidente, reutiliza a linguagem da ditadura, amplia o poder das forças armadas e tece acordos de interferência do Pentágono na Argentina, enquanto as investigações sobre os responsáveis e beneficiários civis da repressão da Operação Cóndor, coordenado pela CIA e pelo Pentágono em todo Cone Sul.

Além disso, quase silenciosamente o Judiciário absolve o ex-presidente De la Rúa pelos assassinatos que ordenou antes de sua renuncia em dezembro de 2001, e o atual presidente Macri por graves acusações, incluindo espionagem para fins políticos e econômicos, usando o serviço de inteligência como na ditadura. Nenhum deles passou um dia na prisão, nem sequer apareceu para depor.

Nem Macri ou De la Rua os meios de comunicação acusam e judicialmente, mas se é uma mulher lutadora e organiza o movimento popular, então sobre ela recai todo o peso dessa justiça de classe, como diz Martin Fierro: “A lei é uma teia de aranha e, em minha ignorância explico / não teme o homem rico / não teme aquele que manda / pois quem rompe é o bicho grande / e só se enrola os pequenos”.

Nesta situação, um conjunto de articulações e referentes levantamos nossas vozes para exigir a libertação imediata Milagro Sala e da cessação da perseguição das organizações populares.

Nós convocamos as organizações e indivíduos que compartilham esta declaração para adicionar o seu apoio ao e-mail adhesiones.libertadamilagro@gmail.com, até quarta-feira 17 de agosto, quando a declaração final, que foi formalmente apresentado à Chancelaria Argentina vai se espalhar.

Agosto 2016

Primeiras assinaturas:

Articulación continental de movimientos hacia el ALBA

Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo – CLOC

Vía Campesina Internacional

Piedad Córdoba (Colombia)

Manuel Zelaya (Honduras)

Joao Pedro Stedile (Brasil)

Movimiento Político y Social Marcha Patriótica (Colombia)

Poder Ciudadano (Colombia)

Frente Nacional de Resistencia Popular – FNRP (Honduras)

Sindicato Mexicano de Electricistas – SME (México)

Movimento dos trabalhadores Sem Tierra – MST (Brasil)

Movimiento de Liberación Nacional – MLN (México)

Movimiento Social por la Tierra – MST (México)

Movimiento Popular Patria Grande (Argentina)

Movimiento Nacional Campesino Indígena – MNCI (Argentina)

Barricada TV (Argentina)

Encuentro Antiimperialista (Argentina)

Equipo de Educación Popular Pañuelos en Rebeldía (Argentina)

Movimiento Popular Seamos Libres (Argentina)

Resumen Latinoamericano (Argentina)

Organización de Mujeres Campesinas e Indígenas Conamuri  (Paraguay)

Comité de Unidad Campesina – CUC (Guatemala)

ALBA TV (Venezuela)

Movimiento de Pobladoras y Pobladores (Venezuela)

União por la Moradia Popular (Brasil)

Movimento Cultural de Olho na Justiça – MOJUS (Brasil)

Casa de Cultura Carlos Marighella (Brasil)

Pedro César Batista – Jornalista (Brasil)

Sonia Latgé Milward de Azevedo – União Brasileira de Mulheres UBM.RJ (Brasil)

Reverendo  Luiz Carlos Gabas – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Cascavel – PR (Brasil).

Centro Regional de Direitos Humanos – Cascavel – PR (Brasil)

Frente Nacional por los Derechos Económios y Sociales – FRENADESO (Panamá)

Movimiento Proyecto Popular (Argentina)

Pablo Ferreyra – Legislador de CABA por el Frente para la Victoria (Argentina)

João Daniel – Deputado Federal, PT Sergipe (Brasil)

Valmir Assunção – Deputado Federal, PT Bahía (Brasil)

Nilto Tatto – Deputado Federal – PT Sao Paulo (Brasil)

Manuel Bertoldi, ingeniero agrónomo, docente y dirigente de Patria Grande (Argentina)

Marcia María de Oliveira, Universidad Feferal de Rondonia, Movimiento de Educación Campesina (Brasil)

COMUNA Caribe (Puerto Rico)

Federación de cooperativas autogestionarias MOI (Movimiento de Ocupantes e Inquilinos) /Central de Trabajadores de la Argentina Autónoma, cofundadores de la SELVIHP-Secretaria Latinoamericana de la Vivienda y el Hábitat Popular

Levante Popular da Juventude – Brasil.

Aurelio Fernandes, Professor (Brasil)

Centro Ruy Mauro Marini (Brasil)

Jacqueline LAVY (France)

Movimiento Independentista Nacional Hostosiano (Puerto Rico)

Vilma Soto Bermúdez – MINH (Puerto Rico)

Katu Arkonada (País Vasco/Bolivia), Secretaría ejecutiva de la Red de Intelectuales en Defensa de la Humanidad

Cromwell Castillo

Virgínia Fontes, Historiadora,Univ. Federal Fluminense e FIOCRUZ (Brasil)

Claudio Katz, Economista UBA-Conicet (Argentina)

Achille Lollo, Director de Contrappunto Internazionale – ADIATV, Roma (Italia)

Red Nacional de Comuner@s – RNC (Venezuela)

Universidad Campesina de Venezuela Argimiro Gabaldón, UCVAG (Venezuela)

William Gudiño, vocero de la RNC y Rector de la UCVAG (Venezuela)

Jorge Beinstein (Argentina)

German Bedoya, CNA (Colombia)

Nancy Espasandin, Lic. Ciencias Políticas y maestra (Uruguay)

Henri Vacher, militant communiste ( PCF), syndical et pacifiste (France)

Miguel Maregatti

Movimiento Peronista de Liberación Hugo Chávez (Argentina)

Comisión en Defensa del Agua y la Vida – CNDAV (Uruguay)

Rosa María Avilés Nájera, Dirigenta Estatal de Izquierda Democrática Nacional – Partído De La Revolución Democrática, Puebla (México)

Mónica Soto Elízaga, Redir-MLN (México)

Corriente Revolucionaria Bolívar y Zamora – CRBZ (Venezuela)

Comando Creativo (Venezuela)

Tatuy Tv (Venezuela)

Rosa María Cabrera Lotfe (México)

Xadeni Méndez Márquez (México)

“La cinco de Noviembre” (Argentina)

Adriana Luna Parra

María Silvia Fiasche (Argentina)