22 de dezembro de 2023
Marcos Antonio Corbari
Seberi (RS)
Em tempos onde a crise climática está nas principais manchetes e se convive com o desafio de construir soberania alimentar com responsabilidade socioambiental, o projeto “Alimergia Continuidade” fecha um ciclo de atividades deixando legados materiais e imateriais significativos para ambas as pautas.
A ação desenvolvida pela Cooperbio – cooperativa camponesa formada por famílias da base do Moviento dos Pequenos Agricultores (MPA) -, com o apoio da Eletrobras, abre perspectivas para ações futuras voltadas à sustentabilidade, colocando a agroecologia como ponto focal para novos tempos.
A iniciativa, que completou dois anos de atividade em dezembro, levada a cabo nos municípios de Seberi, Erval Seco, Ametista do Sul e Iraí, região do Médio Alto Uruguai do RS, promoveu o plantio de 20 hectares de agroflorestas. Além disso, fomentou dezenas de ações de educação ambiental – como cursos, intercâmbios e dias de campo – e, principalmente, mostrou que é possível produzir alimentos agroecológicos saudáveis ao mesmo tempo em que se preserva a natureza e se recupera áreas degradadas.
‘‘Cada muda plantada nas unidades produtivas camponesas que participaram do projeto é um símbolo de esperança e de resistência, mostra que os pequenos agricultores e as pequenas agricultoras estão fazendo a sua parte, são verdadeiros guardiões e guardiãs da natureza’’, explica a coordenadora do projeto, Bernadete Reis.
‘‘Ao mesmo tempo muitas sementes simbólicas foram plantadas em cada momento de conversa, de troca de experiências e de aprendizado com as pessoas que aceitaram o convite para fazer parte do projeto e destinaram um trecho da sua unidade produtiva para acolher essas agroflorestas que vão permanecer para o futuro, produzindo alimentos e reproduzindo preservação’’, aponta Viviane Chiarello, responsável técnica.
‘‘Ainda temos que destacar a presença de escolas, alunos, alunas, professoras e professores que estiveram conosco no Centro Territorial de Cooperação e Educação Ambiental, conheceram o conceito Alimergia – Alimento, Meio Ambiente e Energia – e interagiram com o espaço de produção de alimentos, deixando inclusive árvores plantadas pelas próprias mãos’’, acrescenta o presidente da Cooperbio, Marcos Joni Oliveira.
O relatório final do projeto mostra ainda o forte protagonismo das mulheres e das juventudes nos espaços produtivos camponeses e nas ações de cuidado com a natureza. Esses públicos estiveram entre as prioridades do projeto desde a sua proposição e hoje se consolidam como diretamente responsáveis pelos bons números alcançados.
Para a camponesa Eliana Lindenmayr, do município de Erval Seco, o projeto deixa como legado ‘‘a afirmação da importância da produção de alimento de forma diversificada’’. Ao lado do marido e do filho, explica que a agrofloresta exige o envolvimento de toda a família no trabalho e dá destaque especial para a importância da mulher.
Já para o jovem Emerson Medeiros Pereira, o diferencial do projeto Alimergia Continuidade é o incentivo à nova geração camponesa. Ele, que recém concluiu o curso Superior de Tecnologia em Agropecuária na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), em Frederico Westphalen, segue trabalhando com os pais e irmãos na unidade produtiva familiar e considera a agrofloresta como uma alternativa importante para produzir alimento, preservar o meio ambiente e garantir qualidade de vida para as famílias camponesas.
– 20 agroflorestas implantadas dentro de unidades produtivas camponesas, sendo 10 no ano de 2022 e 10 em 2023.
– 5 mil mudas de árvores plantadas, com destaque para espécies nativas e frutíferas.
– Mais de 260 visitas técnicas realizadas junto aos beneficiários, compartilhando orientações e acompanhando a implantação e manejo das Agroflorestas.
– 30 atividades coletivas realizadas, entre cursos, oficinas e intercâmbios, somando mais de 300 horas.
– 7 escolas participaram de visitas técnicas voltadas à Educação Ambiental na sede da Cooperbio, conhecendo e interagindo com duas Agroflorestas: uma em fase de implantação e outra já consolidada.
– Mais de 900 pessoas envolvidas nas atividades coletivas entre agricultores e agricultoras camponeses, estudantes, professores e gestores.
– Alguns agricultores conseguiram já no primeiro ano colocar em prática a produção consorciada de alimentos na área da agrofloresta, demonstrando na prática que é possível produzir variedade de alimentos numa mesma área.
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