O livro que lhe apresentamos foi concebido e escrito coletivamente. Ativistas, pesquisadores, ativistas, fotógrafos, jornalistas, organizações camponesas e urbanas contribuíram ativamente para que hoje tenhamos uma ferramenta que contribua para visibilizar a centralidade do campesinato na garantia do direito à alimentação e da soberania alimentar na região.

Diante da impossibilidade de desenvolver economias agrárias soberanas no Cone Sul, as consequências das injustiças sistêmicas que comprometem o direito à alimentação das comunidades mais marginais são cada vez mais sentidas. É o que demonstramos ao longo da primeira parte do Atlas, quando apresentamos as principais razões pelas quais uma região como a formada por Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, amplamente abastecida de recursos naturais, com vastas terras agrícolas, não não Consegue fornecer alimentos em qualidade e quantidade suficientes para suas populações. Como se não bastasse, esses países estão presos a um sistema produtivo que destrói as florestas, polui os rios e expulsa as pessoas do campo, violando os povos nativos.

Mas este Atlas também tenta apresentar possíveis saídas para a situação que enfrentamos. Ao longo dos anos, organizações populares, camponesas e indígenas da região construíram práticas solidárias de resistência e experiências sociais que apontam para outras formas de organização e reprodução da vida.