O Movimento dos Pequenos Agricultores, assim como os demais movimentos camponeses articulados n’La Via Campesina, vêm denunciado a agressão sistêmica aos territórios e vidas indígenas. A violência e as investidas contra os territórios indígenas, sejam para o avanço do garimpo, sejam pela expansão do agronegócio, é a marca do governo Bolsonaro. Repudiamos veementemente o assassinato brutal e covarde de Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos, ocorrido neste sábado, 21 de maio, no município de Coronel Sapucaia (MS). O jovem Guarani Kaiowá foi assassinado por fazendeiro quando foi buscar lenha perto da fazenda.

Fatos como este não são inéditos no Brasil e no Mato Grosso do Sul, infelizmente. O genocídio da população indígena, especialmente de sua juventude, está documentado em dados, pesquisas e noticiários. Segundo o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2019 organizado pelo Conselho Indigenista Missionário, o CIMI, naquele ano foram registrados 256 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio” em pelo menos 151 terras indígenas, de 143 povos, em 23 estados.

O genocídio indígena deve ser freado, prevenido e evitado. Os assassinos devem ser identificados e punidos; assassinatos em situação de agressão aos povos indígenas devem ser repudiados e politicamente execrados. Quando o Estado não faz nada neste sentido e ainda permite a invasão aos territórios indígenas é porque tem a violência e a morte como linha política.

Lamentamos profundamente e nos envergonhamos desta situação. Por um pedaço de chão a terra fica vermelha com o sangue derramando de mais um guerreiro. Sigamos firmes na resistência. Sua morte e de outros companheiros será vingada em cada posto de luta frente a esse sistema opressor. Que seja cumprida a justiça, que seja cumprida em cada vez que levantarmos nosso punho. Nunca deixaremos de nos indignar diante de fatos como este.
Basta de violência! Basta de mortes! A juventude indígena quer viver!