AUTOR(A)
Damião Rodrigues*AUTOR(A)
Damião Rodrigues*14 de novembro de 2019
Damião Rodrigues*
Nos últimos anos o Rio São Francisco vem sendo massacrado por inúmeras ameaças que o desafia todos os dias a se manter vivo, o processo de exploração de suas águas tem sido cruel e tem sido projetado e executado além de sua capacidade regenerativa e com isso o chamado Rio da integração nacional tem se tornado o Rio das multinacionais e suas águas vem sendo sugada para gerar lucro ao terrível capital financeiro.
As transformações sócias, ambiental e Cultural que o velho chico vem sendo atingido nos últimos 50 anos começou com o equivocado modelo energético adotado para explorar a suas águas para a produção de energia elétrica, pois as hidrelétrica construída no seu leito dentro desses projetos não foi colocado em questão a sobrevivência de sua biodiversidade, da sobrevivência dos povos tradicionais que vive a centenas de anos nas suas margens, não se pensou ao menos em manter o Rio vivo para a própria produção energética, tudo isso transformou hoje em um rio sazonal, um rio de leito seco provocado pelas baixas vazões nas barragens que tem gerado séries de problemas.
Além das incontáveis cidades que joga todo seu esgoto nas águas do velho chico, uma outra grave ameaças é a grande quantidade de agrotóxicos que também vem contaminando suas águas, a crescente presença do agronegócio na bacia do São Francisco além de sugar as águas do Rio de forma desenfreada para transformar em commodities vem sufocando esse velho Rio com toneladas de veneno que todos dias é derramado no seu leito envenenando a água, os peixes e seu povo.
Quem não lembrar de Brumadinho, um dos maiores crime ambiental na história do país, onde no início do ano mais uma barragem da Vale estourou com milhares de toneladas de lama altamente tóxicas foi destruindo vidas humanas, animal e vegetal por onde passava, onde depois em decorrência desse crime uma outra notícia vinha a surgir que foi o real risco desses rejeitos contaminado atingir diretamente as águas do Rio São Francisco onde essa lama já estava a caminho do lago de três Marias e a partir daí essa água contaminada daria o processo de continuar a percorrer Rio abaixo. Pois bem! Passado alguns meses desse crime infelizmente poucas informações são repassadas à população ribeirinha sobre até onde essa lama chegou e qual seu real teor de contaminação o que sabemos de fato é que a Vale do Rio doce matou mais um rio e matou mais vidas e que talvez estejam nós bebendo água contaminada e que esse crime segue impune.
Nos últimos dias mais um crime ambiental virou notícia no nosso país, toneladas de manchas de óleo foram surgindo em praias do litoral nordestino e assim começou uma série de interrogações: De onde veio todo esse óleo? Até a data que esse texto foi escrito e publicado ainda não se tem a resposta o que também podemos afirmar é que vem provocando uma série de contaminação nas praias, transformando a rotina de pescadores e pescadoras que depende do mar para sobreviver e gerando vários problemas ambientais ameaçando espécies nativas marítimas que vivem no litoral nordestino.
Como diz aquele velho ditado né! ” nada que ta ruim que não possa piorar” pois é mais uma vez prevaleceu esse ditado e a partir daí começa a surgir mais um problema para o Guerreiro velho chico suportar, essa mesma mancha de óleo agora também encontrou o caminho das águas do São Francisco e partindo da foz entre o município de Brejo Grande lado sergipano e Piaçabuçu lado alagoano essas manchas começou a percorrer rio acima, região essa que já tanto sofre com a constante invasão do mar rio a dentro e com o processo de salinização das águas do rio, agora ter que conviver com essas manchas de óleo, desafiando ainda mais a existência e sobrevivência de todos o povos ribeirinhos que vivem nesta região, um doloroso processo de expulsão de seu território tradicional e assim ter que conviver com a triste realidade em presenciar o São Francisco ser assassinado de rio abaixo a rio acima e assim seu povo também morrerás.
* Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA
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