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Comunicação MPA16 de janeiro de 2018
A saúde do Corpo Judiciário do Estado Brasileiro está ameaçada por uma doença grave, altamente contaminante, sobre a qual, a auto-consciência do próprio corpo ainda é incipiente, porém, crescente.
A auto-consciência sobre a doença e seu estado em setores do Judiciário indicam que, se o vírus que contamina e adoece partes do corpo não for controlado logo, contaminará inevitavelmente todo o corpo. O vírus originante da doença começa a ser identificado em suas causas e consequências e atende por vários nomes: desrespeito à Constituição e às Leis, parcialidade, militância partidária disfarçada ou ostensiva, utilização do Poder como instrumental de perseguição política, supressão de garantias constitucionais sagradas como amplo direito de defesa e presunção de inocência e, por derradeiro, ufanismo público diante de um precário e momentâneo heroísmo midiático.
Este vírus vem crescendo no Corpo Judiciário e pode carcamê-lo como um todo caso seu sistema imunológico não seja acionado a tempo.
Com um sério agravante: o estado adoentado do corpo judiciário está sendo observado por setores cada vez maiores da população brasileira como se fosse um mega “big brother” coletivo. E que não se enganem nem se iludam. A Globo não será capaz de protegê-los porque os sistemas populares de comunicação se alastram dia a dia e a própria vênus platinada quando perceber os movimentos das ondas populares virando vagalhões não hesitará em jogar juízes queridinhos ao mar para salvar sua audiência e seus lucros.
O que está colocado neste quadrante da história é radical: se o Corpo Judiciário não se auto-proteger do vírus dilacerador de suas entranhas, voltando a ocupar disciplinadamente seu espaço e seu lugar, sua Missão Constitucional, legítima e reconhecida, o povo brasileiro é que terá que encontrar meios de se proteger dele. E aí será tarde para choros e ranger de dentes.
A vida é feita de símbolos. O Poder Judiciário é um copo vivo coletivo. Dia 24 de janeiro é um símbolo importante. Não só a esperança do povo estará sendo julgada. O Judiciário também vai a Júri Popular. Caso resolvam acionar o sistema imunológico e interromper o alastre do vírus dilacerador do seu corpo, recuperarão o respeito da sociedade.
Quem tiver ouvidos, ouça.
Artigo escrito por Frei Sergio Antônio Görgen ofm*
Frade da Ordem Franciscana, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores e Autor do livro “Trincheiras da Resistência Camponesa”.
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