AUTOR(A)
Larissa RochaAUTOR(A)
Larissa Rocha5 de agosto de 2021
Eu nasci na Boa Vista, no município de Camaquã, Rio Grande do Sul. Uma comunidade que se dedica a plantação de fumo e por anos a minha rotina diária era ajudar na plantação. Uma cultura que demanda muito esforço, além da total dependência das multinacionais através dos contratos que configuram uma ” escravidão moderna”. Eu acompanhei a mudança na produção das famílias que moravam no entorno. Sempre tinha fumo, mas também tinha horta, lavoura de feijão, batata doce para comer com carne de porco e muita variedade de culturas e práticas. Muitas famílias seguem produzindo e outras já não conseguem tempo e força de trabalho para tudo.
O fumo é a renda de muitas famílias lá de onde eu vim, mas precisamos trabalhar a autossuficiência desses trabalhadores. Retomar a diversificação das propriedades, a práxis da ecologia dos saberes. Defender o trabalhador frente as multinacionais que exploram sua terra e sua força de trabalho. E a juventude camponesa tem esse compromisso com a luta do povo.
Através da organização popular junto ao Movimento dos Pequenos Agricultores pude compreender melhor estas relações de trabalho e exploração que assolam o campesinato. Comecei a conhecer a realidade de outros lugares e perceber que não fogem da que vivemos. Os nossos inimigos são os mesmos e por toda parte há quem lute contra eles.
Nós, juventude camponesa, temos o dever de pautar que nós também queremos acesso a internet para lazer, para fortalecer nossas redes de apoio e garantir nosso estudo. Queremos acesso a terra, a uma assistência técnica que compreenda nossas realidades, considere nossos saberes e construa junto com nós novas tecnologias sociais pra o campo. A nossa produção tem que ser firmada a partir da sustentabilidade, da preservação dos recursos que tanto precisamos e estão ameaçados. A juventude quer lutar e a luta também se faz com alegria, com comida boa. Não queremos que as mulheres sejam invisibilizadas por nenhum homem e nem pelo Estado.
Para nova geração camponesa não há espaço para latifúndios e monoculturas, para exploração e violência. Ousamos sonhar nossos maiores sonhos. Serão eles, aliados a luta coletiva, que nós levarão a emancipação.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |