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MateusAUTOR(A)
Mateus28 de julho de 2021
É muito significativo a prisão arbitrária de Paulo Galo, Géssica e Bil pelo incêndio à estátua de Borba Gato – assassino, estuprador e bandeirante – no dia em que a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) homenageou o dia dos agricultores com a imagem de um homem com rifle. A Secom é diretamente ligada à Presidência da República.
É significativo porque prova que o pacto de poder das elites do início da colonização européia em nosso país continua vigente. É a elite agrária quem sustenta o Bolsonaro no poder. E este agronegócio de latifúndio, fogo, veneno e Borbas Gato não sobreviveria meio ano sem drenar bilhões dos recursos públicos para produção de commodities.
A Secom acenou à Borba Gato associando a agricultura com os 2.054 conflitos agrários registrados no ano passado pela Comissão Pastoral da Terra. Na postagem original – excluída horas depois – e na substituta apresenta-se o valor de R$251 bilhões para o plano Safra. O mesmo plano safra que garante o Mato Grosso ser o maior exportador de soja e carne bovina do país enquanto pessoas fazem fila nos açougues em Cuiabá para ganhar os ossos, já que não têm outra fonte de proteína para se alimentarem.
Esta realidade precisa mudar. Paulo Galo representa isto, essa gana de mudança. Galo ficou conhecido nacionalmente no ano passado por estar à frente dos Entregadores Anti-fascistas, organização que visa a defesa dos direitos dos que trabalham para os aplicativos de deliverys e também na defesa do direito à alimentação adequada destes trabalhadores. E quem fala é ele mesmo:
“Minha luta, para a gente construir esses entregadores antifascistas, para gente poder lutar por uma alimentação, por um café da manhã, um almoço e uma janta tem sido tão difícil, companheiros, que vocês não têm noção. Ninguém aqui é empreendedor de porra nenhuma. Nóis é força de trabalho nessa porra!” (em entrevista ao UOL)
Não existe diferença diante deste estado burguês entre Galo, fulano na fila para roer restos de ossos ou beltrano que com uma tarefa de terra garante, pelo menos, a colheita de 100 kg de feijão sem nenhum auxílio emergencial. E a vida de todos vai piorar cada vez mais, mas não para Borbas Gato e seus patrões. A não ser que haja mais revoltas populares. Somente a luta popular será capaz de reescrever nossa história e fazer Caral triunfar novamente.
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