19 de junho de 2018

Na tarde desta segunda-feira, 18 de junho, Frei Sérgio Antônio Görgen, que também compõe a Coordenação Nacional do MPA, fez uma visita religiosa ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e se encontra como preso político há 74 dias, na sede da Polícia Federal, em Curitiba. O Frei Franciscano revelou que Lula segue com a moral elevada, esperançoso de que a justiça seja feita e em breve ele esteja em liberdade para caminhar junto com o povo brasileiro rumo à construção de um novo país.

“Disse está encarando esse tempo aqui como uma provação, e eu digo, quem está passando por essa provação também é o povo e cada um de nós precisa fazer nossa parte”, revela Frei Sério que ainda completa: “Nós estamos diante de um grande brasileiro, que tem um amor profundo pelo Brasil e o pelo povo brasileiro”.

O Frei levou a Lula muitas cartas inclusive de crianças, mensagens, muitos abraços, saudações, presentes, CDs, DVDs e livros enviados por artistas populares do Rio Grande do Sul. Várias pessoas o procuraram assim que souberam que ele faria a visita religiosa nesta segunda-feira, “várias pessoas foram até a minha casa, mães com seus filhos, para trazer cartas e abraços ao Lula, pois as crianças souberam da minha visita que queriam enviar suas cartinhas, desenhos e mensagens”.

“Entreguei a ele [Lula], um escapulário, que na religiosidade popular católica é uma proteção contra qualquer tipo de mau, ele colocou o escapulário no pescoço, entreguei uma bíblia, uma vela de solidariedade e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil”, relata o Frei Franciscano, que também levou vários livros de contos e parábolas para que Lula pudesse se distrair.

Ele está aqui dentro, mas sua mente e o coração está no Brasil, no povo brasileiro, disse não alimentar o ódio pelas injustiças que vem sofrendo, mas que alimenta o amor para transformar esse país, relata Frei.

Lula falou que vai ajudar o povo a recuperar o país, recuperar a Democracia, a dignidade, o trabalho, o petróleo, a Petrobras que não é para dar lucros aos investidores norte-americanos, mas para dar vida digna ao povo brasileiro, falou em recuperar a Eletrobras e indústria nacional.

“Ele está de sangue bom, está olhando para o futuro, espiritualmente está forte e psicologicamente está muito bem. Falou que vai voltar a ser presidente porque ele também não suporta que o povo brasileiro volte a passar fome, que as pessoas voltem a viver as dificuldades que estão passando hoje”, destaca o religioso.

Antes mesmo da visita terminar, Frei Sérgio, que também compõe a Coordenação Nacional do MPA descreve parte da sua conversa com o ex-presidente que julga importante:

“Eu disse: olha Lula, o povo tem um grande carinho por você. E ele disse: isso é o que mais importante de tudo, e de fato o povo brasileiro viver com dignidade, com amor e bem-querença é o mais importante de tudo. Lula acha que com o que estão fazendo com o Brasil, está na hora do povo brasileiro reagir para que não destruam tudo. Falei que a fome está voltando, a constituição foi e continua sendo destruída. Falei que o povo está se preparando para reagir e vai reagir. Falei que os nossos Movimentos avaliam que ele é muito importante para superarmos essa fase, onde a Democracia é agredida, o patrimônio brasileiro é roubado, as leis não são respeitadas e a fome voltou. Onde os pequenos agricultores, os camponeses, não têm mais apoio do governo para produzir alimentos saudáveis. Disse que vamos continuar mobilizando o povo, esclarecendo, informando, nos preparando para fazer um grande movimento popular para que ele saia dessa masmorra e vá para o Palácio do Planalto, sem perder suas raízes”.

Entre as várias perguntas, como avaliação deste momento, Frei ressalta, “o Lula é a grande força motriz de uma grande transformação nesse país. Ele vai ser o maior presidente, maior do que já foi”.

Após a visita Frei Sérgio concedeu entrevista a página oficial de Lula no facebook, seguida de uma Coletiva de Imprensa e visita a Vigília #Lulivre e a resistência que tem se fortalecimento na Praça Olga Benário em Curitiba.

Por Adilvane Spezia | Jornalista | militante do MPA